Mais de dois terços da área afetada pelo fogo foram de vegetação nativa, com predominância no Cerrado e na Amazônia. Corumbá (MS), no Pantanal; São Félix do Xingu (PA), na Amazônia; e Formosa do Rio Preto (BA), no Cerrado, são os municípios que mais sofreram nesse período
Entre 1985 e 2023, 199,1 milhões de hectares (ha) foram queimados pelo menos uma vez no Brasil. O número representa quase um quarto do território nacional (23%), correspondente, por exemplo, aos estados de Amazonas (157,07 milhões de hectares), Goiás (34 milhões), Distrito Federal (578 mil) e mais 7,45 milhões. Os dados são do MapBiomas, divulgados nesta terça (18)
O levantamento foi obtido por meio de comparação de imagens de satélite e compilado pelo MapBiomas Fogo, rede que envolve universidades, organizações não governamentais (ONGs) e empresas de tecnologia. A análise do MapBiomas destaca que mais de dois terços da área afetada pelo fogo (68%) foi de vegetação nativa, enquanto os outros 32% possuem ocupação humana, principalmente para pastagem e agricultura.
O Cerrado e a Amazônia são os principais biomas vítimas da ação do fogo, seja de origem natural ou provocada pelo homem. Juntos, somam 86% da área queimada no período estudo. O Cerrado é o bioma com maior área queimada no período, com 88,5 milhões de hectares atingidos pelo fogo (44% do total). Em seguida, aparece a Amazônia, com 82,7 milhões de hectares (42% do total).
Os dados analisados apontam que há um perfil dos incêndios. Além dos biomas mais recorrentes, as queimadas ocorrem principalmente na estação seca (79%), de julho a outubro. Vale ressaltar que um terço do total anual acontece somente em setembro. O MapBiomas ressalta que, nas quatro décadas, quase metade da área queimada (46%) está concentrada no Mato Grosso, Pará e Maranhão, e 60% do território queimado corresponde a imóveis privados. Os municípios que mais queimaram no período foram Corumbá (MS), no Pantanal, seguido por São Félix do Xingu (PA), na Amazônia, e Formosa do Rio Preto (BA), no Cerrado.
Proporcionalmente, o bioma que mais queimou foi o Pantanal. A área incendiada em 39 anos equivale a 59,2% das planícies alagáveis. Na sequência aparecem: Cerrado (44%), Amazônia (19,6%), Caatinga (12,7%), (6,8%) Mata Atlântica e Pampa (2,7%).
(Foto: Pixabay)