Manifestações violentas de extrema-direita contra a imigração na Grã-Bretanha

Henrique Acker (correspondente internacional)  – O assassinato de três meninas, num ataque a facadas a uma escola de dança na cidade litorânea de Southport, foi o estopim para uma onda de violência promovida desde a semana passada por grupos de extrema-direita na Grã-Bretanha.

Desde o ataque, houve tumultos e protestos anti-imigração em todo o Reino Unido, alimentados nas redes sociais por falsas alegações de que o suspeito era muçulmano e um refugiado que chegou ao Reino Unido de barco em 2023.

A polícia britânica deteve um rapaz de 17 anos, chamado Axel Muganwa Rudakubana. Foi confirmado mais tarde que o jovem nasceu em Cardiff (País de Gales), e é filho de pais ruandeses.

 

Primeiro-ministro rejeita banditismo racista

No sábado (3/8) houve distúrbios nas cidades inglesas de Hull, Liverpool, Bristol, Manchester, Stoke-on-Trent e Blackpool, e em Belfast, na Irlanda do Norte. Fogos de artifício foram lançados, lojas saqueadas e policiais atacados.

Tijolos, garrafas e um sinalizador foram atirados por manifestantes anti-imigração nos policiais em Liverpool. Muitos  gritavam insultos islamofóbicos. No domingo (4/8) a polícia respondeu a manifestações violentas em Rotherham, Middlesbrough e Bolton.

O primeiro-ministro Keir Starmer divulgou uma declaração televisionada, condenando os envolvidos, dizendo que aqueles que participaram “enfrentarão toda a força da lei”. Ele descreveu os protestos como “banditismo de extrema direita” e que “não têm lugar nas nossas ruas ou online”.

Starmer convocou uma reunião de emergência do Cobra (Cabinet Office Briefing Room A), composto por ministros, servidores públicos, a polícia, agentes de inteligência e outros, para tratar da situação.

Farage culpa imigração “descontrolada”

A secretária do Interior, Yvette Cooper, declarou em entrevista à BBC que haverá um acerto de contas com os manifestantes de extrema-direita. Ela convocou parte das empresas de mídia a assumirem a responsabilidade pela desinformação que está sendo disseminada online.

Mais de 150 pessoas  já foram presas desde sábado. Os alvos dos manifestantes são mesquitas e também hotéis em que se instalam e residem provisoriamente imigrantes.

O deputado Nigel Farage, líder do partido da extrema-direita Reform UK, escreveu declaração no Twitter (X) que “A maioria da nossa população pode ver a fragmentação de nossas comunidades como resultado da imigração em massa e descontrolada, seja legal ou ilegal. No entanto, tentar debater isso na arena pública leva a uivos imediatos de condenação.” (Fotos: Reprodução)

 

Por Henrique Acker (correspondente internacional)

 

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Fontes:

BBC

The Guardian

 

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