Nicolás Maduro declarou em sua cerimônia de inauguração para um terceiro mandato presidencial nesta sexta-feira (10) que a Venezuela vive um período de paz e que sua administração assegurará a soberania do país.
“Eu afirmei que teríamos tranquilidade, e realmente a temos. E continuará a haver paz. Somos lutadores do nosso passado, e asseguraremos a paz e a autonomia do nosso país eternamente”, enfatizou, ressaltando que é um instante de “intensas emoções“.
Durante seu discurso, Maduro também teceu críticas a algumas figuras internacionais, incluindo Javier Milei, o atual presidente da Argentina, e os ex-presidentes colombianos Álvaro Uribe Vélez e Iván Duque.
A oposição na Venezuela, assim como a maior parte da comunidade internacional, não aceita os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) referentes às eleições presidenciais de 28 de julho, que proclamam Nicolás Maduro como vencedor, obtendo mais de 50% dos votos.
Os resultados do CNE nunca foram confirmados pela publicação das atas eleitorais, que especificam o número de votos em cada urna de votação.
A oposição, por outro lado, divulgou as atas que afirma ter recebido de seus fiscais partidários, as quais indicariam uma vitória de quase 70% dos votos para o ex-diplomata Edmundo González, que é apoiado por María Corina Machado, a líder da oposição que foi barrada de concorrer.
O governo chavista alega que 80% das informações apresentadas pela oposição são fraudulentas. Por outro lado, os apoiadores de Maduro não apresentam nenhum registro de votação.
O Ministério Público da Venezuela, por sua parte, deu início a uma investigação contra González em razão da divulgação das atas, argumentando que isso configura usurpação de competências do poder eleitoral.
O adversário recebeu três convites para testemunhar sobre a divulgação das atas e, após a emissão de um mandado de prisão, se refugiou na Espanha no começo de setembro. (Foto: AFP)