Vereadora e motorista foram assassinados há seis anos e o crime nunca foi esclarecido pela polícia fluminense. A PF investiga o caso desde o ano passado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou as redes sociais para se manifestar sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O crime completa seis anos nesta quinta-feira (14). O caso nunca foi esclarecido pelas autoridades fluminenses e a Polícia Federal assumiu a investigação do caso em fevereiro de 2023.
No X (antigo Twitter), o chefe do Executivo compartilhou uma publicação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, e falou sobre justiça. “Vamos seguir incansáveis nessa luta por justiça”, declarou o presidente.
Nesta quinta-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou esperar que o duplo homicídio seja esclarecido “em breve”. “Vamos resolver. As investigações estão avançando mesmo. O inquérito é sigiloso e o ministro não se mete nos inquéritos que são levados, mas as notícias que temos é que nós vamos encontrar os criminosos. Espero poder anunciar isso em breve”, disse o ministro.
Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados na noite de 14 de março de 2018, quando o carro em que estavam foi alvejado por tiros disparados por ocupantes de outro veículo, em uma rua do Rio de Janeiro. Desde então, as investigações já foram conduzidas por cinco delegados da Polícia Civil
Élcio Queiroz, que dirigiu o carro onde estava o atirador Ronnie Lessa, forneceu detalhes da dinâmica do crime, mas até o momento a polícia ainda não conseguiu identificar os mandantes por trás do duplo homicídio. Em fevereiro do ano passado, a Polícia Federal assumiu o caso e negociou um acordo de delação premiada com o ex-sargento da Polícia Militar do Rio, Ronnie Lessa, apontado como executor do crime.
A colaboração, contudo, ainda não foi homologada pela Justiça. O fato de o acordo ter sido submetido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) sugere que os mandantes do crime possuem foro privilegiado por prerrogativa de função. Anteriormente, a PF já havia obtido a delação de outro ex-PM, Élcio de Queiroz, que admitiu ter conduzido o veículo utilizado na emboscada à vereadora. Em seu acordo, Élcio mencionou o nome do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão, como possível envolvido na morte de Marielle. Considerando o foro privilegiado de Brazão, há uma possibilidade de que Lessa também tenha mencionado seu nome em sua delação. O processo está sob análise do ministro Raul Araújo, do STJ.
(Foto: Ricardo Stuckert/PR)