Lula sobre Juscelino: ‘ele tem o direito de provar que é inocente. Eu vou conversar com ele hoje e vou tomar uma decisão’

Ministro das Comunicações foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), “tem o direito de provar que é inocente” e que tomará ainda nesta quinta-feira (13) uma decisão sobre o caso.  Juscelino Filho foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por participação em suposto esquema de desvios de emendas parlamentares via Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

“Eu acho que o fato do cara ser indiciado não significa que o cara cometeu um erro. Significa que alguém está acusando, e que a acusação foi aceita. Agora, eu preciso que as pessoas provem que são inocentes e ele tem o direito de provar que é inocente. Eu não conversei com ele ainda, eu vou conversar hoje [quinta-feira, 13] e vou tomar uma decisão sobre esse assunto”, afirmou Lula.

As declarações foram dadas na Suíça. Lula chegou a Genebra às 6h24 da manhã (1h24 da manhã em Brasília) e seguiu para o hotel President Wilson, às margens do lago Léman. À tarde, o presidente discursará na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) no encerramento do fórum da Coalizão Global pela Justiça Social, uma iniciativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) destinada a discutir soluções para questões trabalhistas em todo o mundo.

O evento ocorre em meio à programação da Conferência Internacional do Trabalho, realizada anualmente pela OIT, reunindo representantes de governos, trabalhadores e empregadores. Da Suíça, Lula segue na noite desta quinta-feira para a região de Puglia, na Itália, para participar da reunião do G7 – o grupo dos países mais desenvolvidos do mundo.

O ministro Juscelino é suspeito de ter cometido os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As conclusões foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (11). O relator é o ministro Flávio Dino, ex-colega de Juscelino no governo do presidente Lula. O documento será encaminhado para a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o procurador-geral decida se denuncia, arquiva ou solicita novas diligências à PF.

Em nota publicada ainda na quarta (12), o ministro afirmou que o caso tem relação com as emendas parlamentares, num valor de cerca de R$ 5 milhões, que indicou ao município enquanto deputado federal. O dinheiro teria sido utilizado para pavimentação de uma estrada de 19 quilômetros, que corta oito propriedades da família e termina em uma pista de pouso privada e um heliponto. A obra foi realizada pela Construservice, que disputou sozinha a licitação.

“No exercício do cargo como deputado federal, apenas indiquei emendas parlamentares para custear obras. A licitação, realização e fiscalização dessas obras são de responsabilidade do Poder Executivo e dos demais órgãos competentes”, informou.”Trata-se de um inquérito que devassou a minha vida e dos meus familiares, sem encontrar nada. A investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar”, completou Filho.

“É importante lembrar que o indiciamento não implica em culpa. A Justiça é a única instância competente para julgar, e confio plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário. Minha inocência será comprovada ao final desse processo, e espero que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados”, concluiu o comunicado.

(Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles)

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