Lula sai em defesa do MST e diz que quem toma terra de produtores rurais são os bancos

De acordo com o presidente, “faz tempo que os sem-terras não invadem terra nesse país”

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta segunda-feira (1º) os movimentos de sem-terra ao dizer que, atualmente, quem toma propriedades do agronegócio são os bancos, não os manifestantes. Em entrevista à rádio Princesa, na Bahia, o presidente afirmou que “faz muito tempo” que o país não registra novas invasões.

“Esses dias eu vi o ministro da Agricultura, companheiro [Carlos] Fávaro, dizer que o agronegócio não deveria ter medo das ocupações dos sem terra, porque quem está tomando terra deles hoje são os bancos, que compram os títulos da dívida agrária deles. E o banco, quando compra um título, é imperdoável. Ele vai em cima e recebe ou toma a terra. Faz tempo que os sem terra não invadem terras neste país, faz muito tempo”, declarou Lula.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), porém, mantém as ocupações e as aumentou em número no governo atual. Eles defendem a distribuição democrática da terra e a ocupação de terras improdutivas, para serem destinadas à agricultura familiar. No último mês de foram contabilizadas 35 ocupações de terra — número 150% maior que o do mesmo período do ano passado, quando o movimento protagonizou 14 ocupações.

O presidente está na cidade baiana para anunciar investimentos em rodovias e assinar contratos do Minha Casa, Minha Vida. A visita faz parte de uma série de viagens que Lula realiza nas últimas semanas para alavancar pré-candidatos aliados para as eleições de outubro. Lula chegou no estado nesta segunda-feira e faz anúncios de investimentos em Feira de Santana e Salvador.

Nas últimas semanas, Lula visitou São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará, Maranhão e Piauí. Ainda nesta semana, a previsão é que o presidente passe por Pernambuco e Goiás. Em duas semanas, o petista concedeu sete entrevistas a mídias de diferentes estados. As conversas foram marcadas por críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a taxa básica de juros em 10,5% ao ano. Lula também disse que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que foi indicado pela PF por suposto desvio de emendas no Maranhão, deixará o governo se for denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

(Foto: reprodução/Secom)

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