Lula sai em defesa de Haddad após críticas: ‘Extraordinário ministro, não sei qual é a pressão’

Presidente afirmou que “a bola” de encontrar uma compensação para a desoneração da folha de municípios e empresas está com empresários e o Senado

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa, nesta quinta-feira (13), da atuação de Fernando Haddad como ministro da Fazenda. “O Haddad é um extraordinário ministro, não sei qual é a pressão contra o Haddad. Todo ministro da Fazenda, desde que me conheço por gente, ele vira o centro dos debates, quando a coisa não dá certo e quando a coisa não dá certo”, disse o presidente na Suíça, pouco depois de participar de sessão da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Haddad sofre críticas após a Fazenda ter apresentado uma medida provisória (MP) para compensar a perda de arrecadação com a desoneração da folha, na semana passada. Lula indicou ainda que a desoneração pode ser derrubada caso a medida compensatória não entre em vigor. “Os mesmos empresários não quiseram. Então, agora tem uma decisão da Suprema Corte, que vai acontecer. Se, em 45 dias, não houver acordo sobre compensação, o que vai acontecer? Vai acabar a desoneração, que era o que eu queria, por isso eu vetei naquela época”, disse.

A medida apresentada pela Fazenda limita os créditos do PIS/Cofins, e gerou uma enxurrada de críticas por parte dos empresários. Segundo eles, as companhias já contavam com os créditos para abater dívidas em outros impostos, e a MP pode causar prejuízo à gestão financeira das empresas. A proposta chegou a ser apelidada de “MP do Fim do Mundo”. Na terça-feira (11), em derrota para o governo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu parcialmente o texto.

“O Haddad tentou ajudar os empresários construindo uma alternativa à desoneração feita para aqueles 17 setores. Nem deveria ter sido o Haddad para assumir essa responsabilidade, mas ele assumiu, fez uma proposta. Os mesmos empresários não quiseram”, destacou ainda o presidente.

Lula lembrou que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o governo apresente uma compensação à desoneração da folha em 60 dias, 15 dos quais já passaram. Segundo o presidente, se não houver acordo até lá, não haverá desoneração para os setores beneficiados e para as prefeituras. “Agora, a bola não está mais na mão do Haddad. A bola está na mão do Senado e na mão dos empresários. Encontrem uma solução. O Haddad tentou, não aceitaram. Agora, encontrem uma solução”, frisou.

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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