Lula reúne ministros para discutir gastos, mas veta corte em despesas sociais

Presidente se reúne nesta segunda-feira (17) com equipe econômica no Planalto às 10h30. Lula declarou na Itália que considera investimento ‘o que muita gente acha que é gasto’: ‘Não farei ajuste em cima de pobre’

 

A revisão de gastos públicos será discutida nesta segunda-feira (17) em reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão) e Rui Costa (Casa Civil). De acordo com o Palácio do Planalto, trata-se de um encontro da junta orçamentária do governo. Marcada para as 10h30, no Planalto, a reunião ocorrerá após o presidente afirmar que pediu a Rui um encontro da junta para discutir os gastos do governo federal.

“Eu quero fazer a discussão sobre o orçamento e quero discutir os gastos. O que muita gente acha que é gasto, eu acho que é investimento”, afirmou Lula no sábado (14), antes de embarcar para a Itália, onde participou da reunião do G7, o grupo dos países mais ricos do mundo,

A disposição do presidente é evitar que o contingenciamento de despesas atinja a educação e a saúde. “Achar que nós temos que piorar saúde, que temos que piorar educação para melhorar (as contas públicas)… Isso é feito há 500 anos no Brasil. Há 500 anos o povo pobre não participava do orçamento”, disse Lula.

Durante a viagem, Lula admitiu, a possibilidade de rever despesas públicas desde que o ajuste não recaísse sobre os mais pobres. A revisão de despesas dependerá primeiramente do aval de Lula e, depois, da disposição dos parlamentares, inclusive do PT, de aprová-la na Câmara e no Senado.

Reportagem do jornal O Estado de São Paulo informa que será examinada na reunião a possibilidade de um contingenciamento (bloqueio temporário) maior de gastos no próximo relatório bimestral de receitas e despesas, previsto para julho. O objetivo seria sinalizar comprometimento com o centro da meta fiscal de 2024.

O presidente Lula quer evitar que o contingenciamento atinja a educação e a saúde. Durante coletiva de imprensa na Itália, Lula deixou claro que não quer mexer nos pisos constitucionais desses dois setores. Questionado ainda na entrevista à Itália se o revés mostrava um isolamento de Haddad no governo, o presidente saiu em defesa do seu ministro da Fazenda e disse que ouvirá a proposta do auxiliar para reduzir despesas.

“O Haddad jamais ficará enfraquecido enquanto eu for presidente da República, porque ele é o meu ministro da Fazenda, escolhido por mim e mantido por mim. Se o Haddad tiver uma proposta, ele vai me procurar essa semana e vai discutir economia comigo”, declarou o presidente, que ainda completou: “A gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres.”

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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