O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma intensa agenda na Europa ao longo desta semana, para onde viajou na noite desta segunda-feira (19).
Além do Papa Francisco, Lula se encontrará também com os presidentes da Itália e França, Sergio Mattarella e Emmanuel Macron, e com o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri.
Com Macron, Lula deve esclarecer o posicionamento do parlamento francês, que na última semana se manifestou posicionou contra o acordo entre Mercosul e União Europeia, justificando que a parceria facilitaria a entrada de produtos alimentícios tratados com pesticidas e medicamentos veterinários proibidos pela regulamentação local no mercado europeu.
“A União Europeia não pode ameaçar o Mercosul de punir se o Mercosul não cumprir isso ou aquilo. Olha, se somos parceiros estratégicos, você não precisa fazer ameaça, precisa ajudar. Isso eu vou conversar muito com o presidente da França”, completou o chefe do Executivo.
Contrários
Na última terça-feira (13), os parlamentares franceses aprovaram uma resolução que rejeita um possível acordo com países da América Latina, sob a alegação de que não há critérios de sustentabilidade e rastreabilidade para os produtos cuja exploração podem prejudicar o combate às mudanças climáticas e a proteção da biodiversidade.
“O objetivo desta proposta de resolução é solicitar ao governo que rejeite a assinatura do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, conforme concluído em 2019, e qualquer tentativa da Comissão Europeia de fragmentar o acordo.”
(Deputados franceses)
Deputados franceses
Ainda que a resolução francesa não tenha poder de lei, ela demonstra que, politicamente, o país terá dificuldade em aderir ao tratado. Para que a parceria Mercosul-União Europeia entre em vigor, todos os parlamentos do bloco econômico precisam ratificá-lo, inclusive o francês. (Foto: Foto Ricardo Stuckert)