O ex-ministro estava internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e faleceu na madrugada desta segunda-feira (12). “Em um curto espaço de tempo, o Brasil perdeu duas referências do debate econômico: Delfim Netto e Maria da Conceição Tavares”, lamentou o presidente
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), publicou uma nota de pesar pelo falecimento do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, aos 96 anos, na madrugada desta segunda-feira (12). O chefe do Executivo lembrou de algumas histórias com o economista durante e disse que seu legado ficará para ser debatido pelas futuras gerações de economistas e homens públicos.
“Delfim Netto foi economista, professor, ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura. Durante 30 anos eu fiz críticas ao Delfim Netto. Na minha campanha em 2006, pedi desculpas publicamente porque ele foi um dos maiores defensores do que fizemos em políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei nos meus dois primeiros mandatos. Delfim participou muito da elaboração das políticas econômicas daquele período. Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes”, iniciou a nota.
“Em um curto espaço de tempo, o Brasil perdeu duas referências do debate econômico no país: Delfim Netto e Maria da Conceição Tavares. Fica o legado do trabalho e pensamento dos dois, divergentes, mas ambos de grande inteligência e erudição, para ser debatido pelas futuras gerações de economistas e homens públicos. Meus sentimentos aos familiares, amigos e alunos de Delfim Netto”, concluiu.
Delfim Netto estava internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações em seu quadro de saúde. Professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Delfim Netto foi um dos mais longevos ministros da Fazenda do País.
Ele serviu como ministro da Fazenda entre 1967 e 1974, período conhecido como o “milagre econômico”, quando o País alcançou um crescimento recorde de 14,4% do PIB, com uma inflação controlada em 12%. Autor de mais de dez livros e centenas de artigos e estudos sobre a economia brasileira, Delfim Netto manteve-se ativo no debate público até o fim da vida, escrevendo para os jornais Folha de S. Paulo e Valor Econômico e outros cerca de 70 periódicos em todo o País.
(Foto: Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo)