Lula escolhe Paulo Pimenta como autoridade federal para a reconstrução do Rio Grande do Sul

Deputado gaúcho ficará afastado da Secretaria de Comunicação Social. A ideia é que ministro assuma o cargo por pelos menos quatro meses

 

 

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, será anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (15) autoridade federal para a reconstrução do Rio Grande do Sul. A expectativa é que o cargo exista por entre quatro e seis meses. Pimenta, que é gaúcho, filiado ao PT e jornalista, manterá o status de ministro.

O governo vai editar uma medida provisória para criar o Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, que terá como função principal articular as ações das diferentes pastas, do governo estadual e das prefeituras. Será instalado um gabinete no Rio Grande do Sul, mas Pimenta também manterá a sua sala no Planalto.

Para o lugar de Pimenta, Lula ainda não escolheu um nome. No momento, assumirá um interino — o pernambucano Laercio Portela, atual secretário-adjunto de imprensa da Presidência da República. A posse de Pimenta como ministro extraordinário deve ocorrer na quarta-feira (15), quando está programada uma nova visita de Lula ao Rio Grande do Sul.

Perfil

Deputado federal licenciado em seu sexto mandato, Pimenta é citado como possível candidato do PT a governador gaúcho em 2026. Por causa disso, há uma análise feita dentro do próprio governo de que a sua escolha levará a uma politização dos trabalhos de reconstrução do estado. Questionados sobre esse risco, auxiliares de Lula dizem que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também tem politizado a crise provocada pelas chuvas das duas últimas semanas.

Há uma queixa de que, em suas manifestações públicas, o tucano nunca cita o nome do presidente, mesmo quando o governo federal anuncia liberação de recursos para o Rio Grande do Sul. Em conversas reservadas, Pimenta afirma que mantém uma boa relação pessoal com Eduardo Leite e descarta que ocorram problemas com o governador.

De acordo com auxiliares, Lula decidiu criar o ministério extraordinária por causa da comoção nacional e internacional gerada pela tragédia do Rio Grande do Sul. Mesmo antes de ser escolhido para o cargo, Pimenta já havia feito três viagens ao estado depois do início das chuvas. No Planalto, o plano é fazer da reconstrução do Rio Grande do Sul uma vitrine do governo. O estado tem redutos com grande força do bolsonarismo. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi o mais votado entre os eleitores gaúchos nas disputas de 2018 e 2022.

(Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

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