Lula e demais líderes mundiais manifestam repúdio e preocupação com tentativa de golpe na Bolívia

Presidente brasileiro pediu que chanceler entre em contato com autoridades do país sul-americano

 

Líderes mundiais expressaram preocupação após o presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciar “mobilizações irregulares” de tropas militares nos arredores do palácio presidencial, no que depois se revelou ser um golpe contra seu governo. Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que é “um amante da democracia”, que deseja que “a democracia prevaleça na América Latina, e que ‘”golpe nunca deu certo”.

O Planalto também afirmou que o presidente cogita uma viagem ao país andino no mês que vem. “Pedi para o meu ministro entrar em contato pra ele ter certeza porque a gente não pode ficar anunciando coisa que depois não acontece. Eu quero informações, eu pedi para o ministro Mauro ligar para a Bolívia, ligar para o presidente, ligar para o embaixador brasileiro para gente ter certeza para ter uma posição”, afirmou.

No X (antigo Twitter), Lula reiterou as declarações de apoio a Arce. “A posição do Brasil é clara. Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão, presidido por Luis Arce”, escreveu o presidente.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, também se manifestou pelas redes sociais. “Do Chile, expresso minha preocupação pela situação na Bolívia. Expressamos nosso apoio à democracia no país irmão e ao governo legítimo de Luis Arce”, destacou.

“Condenamos veementemente a inaceitável ação da força por parte de um setor do Exército desse país. Não podemos tolerar qualquer violação da ordem constitucional legítima na Bolívia ou em qualquer outro lugar”, escreveu ele em sua conta no X.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, condenou a situação na Bolívia, enviando solidariedade a Luis Arce. “A Secretaria-Geral da OEA condena veementemente os acontecimentos na Bolívia . O Exército deve submeter-se ao poder civil legitimamente eleito. Enviamos nossa solidariedade ao Presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora, ao seu governo e a todo o povo boliviano”, escreveu no X, o antigo Twitter, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro. “A comunidade internacional, a OEA e a Secretaria-Geral não tolerarão qualquer violação da ordem constitucional legítima na Bolivia ou em qualquer outro lugar.”

Evo Morales, ex-presidente boliviano, acusou as tropas de estarem planejando um golpe de Estado sob comando do general Juan José Zuniga. Ele pediu por “mobilização nacional para defender a democracia”. “Não permitiremos que as Forças Armadas violem a democracia e intimidem o povo”, concluiu.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, também condenou a situação na Bolívia. “Condenamos veementemente a tentativa de golpe de Estado na Bolívia. Nosso total apoio e apoio ao presidente Luis Alberto Arce Catacora, autêntica autoridade democrática desse povo e país irmão”, disse em X.

Por sua vez, o chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou que as “mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano são muito preocupantes. “Rejeitamos veementemente estes atos e expressamos a nossa solidariedade ao presidente Luis Arce”, adicionou.

O governo dos EUA ainda não se pronunciou com detalhes sobre os acontecimentos em La Paz, mas um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca afirmou que Washington “está monitorando de perto a situação na Bolívia e pede calma” neste momento.

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, anfitrião da reunião da OEA, em Assunção, disse condenar “as mobilizações irregulares do exército boliviano denunciadas pelo presidente Luis Arce”, e fez um “forte apelo ao respeito pela democracia e pelo Estado de direito”, em declarações no X.

Gustavo Petro, presidente da Colômbia, rejeitou a tentativa de golpe na Bolívia e convidou “todo o povo boliviano à resistência democrática”, ecoando um pedido do próprio Arce. “A América Latina deve unir-se em favor da democracia. A embaixada colombiana deve conceder refúgio aos perseguidos. Não haverá relação diplomática entre a Colômbia e a ditadura”, escreveu Petro no X. “Um golpe antidemocrático é recebido com uma mobilização generalizada do povo.”

A presidente de Honduras, Xiomara Castro, que ocupa a presidência rotativa da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), fez um apelo aos presidentes dos países do bloco para que “condenem o fascismo que hoje ataca a democracia na Bolívia e exijam o pleno respeito pelo poder civil e pela Constituição”. “As forças militares levaram a cabo mais uma vez um golpe de Estado criminoso. Expressamos nosso apoio incondicional ao povo irmão da Bolívia, ao presidente Luis Arce e a Evo Morales”, disse a líder hondurenha no X.

Durante um evento na cidade de Barquisimeto, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou de “Insolencia total e absoluta do ex-comandante do Exército da Bolivia, Juan José Zúñiga”, e pediu que a democracia seja respeitada no país. “Estamos na Venezuela denunciando um golpe de Estado na Bolívia”, disse Maduro. “Apelamos ao povo da Bolívia para que defenda a sua Constituição e o seu presidente Arce.”

(Foto: AIZAR RALDES / AFP)

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