Lula é empossado garantindo combate à fome, e prega união no país

“A fome é filha da desigualdade, que é mãe dos grandes males que atrasam o desenvolvimento do Brasil”.

 

Ao ser empossado no Congresso Nacional, às 15h07 deste domingo, 1, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso de combate à fome no Brasil em seu discurso.

“O principal compromisso que assumimos foi de lutar contra a desigualdade e a extrema pobreza, e garantir a cada pessoa o direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar. E nós cumprimos esse compromisso. Vinte anos depois, voltamos a um passado que julgávamos enterrado. A fome é filha da desigualdade, que é mãe dos grandes males que atrasam o desenvolvimento do Brasil. A desigualdade apequena este nosso país de dimensões continentais, ao dividi-lo em partes que não se reconhecem”, apontou.

Lula citou ainda casos de brasileiros procurando ossos no lixo para alimentar a família e sem moradia, que repercutiram na mídia recentemente. “O Brasil é grande, mas a real grandeza de um país reside na felicidade de seu povo. E ninguém é feliz de fato em meio a tanta desigualdade. Nos últimos anos, o Brasil voltou a ser um dos países mais desiguais do mundo. Há muito tempo não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando lixo, em busca do alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo”, disse.

O presidente destacou o tamanho da desigualdade no país. “Fila na porta dos açougues, em busca de ossos para aliviar a fome. E, ao mesmo tempo, filas de espera para a compra de jatinhos particulares. Tamanho abismo social é um obstáculo à construção de uma sociedade justa e democrática, e de uma economia próspera e moderna”.

Diante de tudo isso, Lula garantiu que se compromete a combater as desigualdades e à fome. “Reassumo o compromisso de cuidar de todos, sobretudo daqueles que mais necessitam. De acabar outra vez com a fome. Temos um imenso legado, ainda vivo na memória de cada brasileiro e brasileira, beneficiário ou não das políticas públicas que fizeram uma revolução neste país”.

Por fim, o chefe do Executivo pregou união no país. “Juntos, somos fortes. Divididos, seremos sempre o país do futuro que nunca chega, e que vive em dívida permanente com o seu povo. Se queremos construir hoje o nosso futuro, viver num país plenamente desenvolvido para todos e todas, não pode haver lugar para tanta desigualdade”.

Revogação de atos de Bolsonaro

No plenário do Congresso Nacional, depois de assinar o Termo de Posse Lula  declarou que vai “assinar medidas para reorganizar o Executivo” ainda hoje.

“Hoje mesmo estou assinando medidas para reorganizar as estruturas do poder Executivo, de modo que voltem a permitir o funcionamento do governo de maneira racional, republicana e democrática”, declarou o petista no Plenário do Senado, logo após ser empossado, ao lado do vice presidente, Geraldo Alckmin (PSB).

Segundo o chefe do Executivo, os decretos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que flexibilizaram o acesso a armas de fogo serão revogados em seu governo.

O petista disse ainda que seu terceiro mandato terá como objetivo planejar os investimentos públicos e privados para um crescimento econômico que seja sustentável, tanto ambientalmente quanto socialmente.

“Em diálogo com os 27 governadores, vamos definir prioridades para retomar obras irresponsavelmente paralisadas, que são mais de 14 mil no país. Vamos retomar o Minha Casa Minha Vida e estruturar um novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para gerar empregos na velocidade que o Brasil requer”, disse ainda Lula.

O presidente citou em seu discurso, entre as medidas que tomará, a recriação do Ministério da Cultura, o inédito Ministério dos Povos Indígenas e a retomada de programas sociais criados durante seus mandatos anteriores. (Foto Congresso Nacional)

 

 

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