O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está pronto para “enfrentar a extrema-direita” nas eleições presidenciais de 2026, se não houver outro nome apto no partido, mas que espera “não ser necessário”. Em entrevista à CNN Internacional, Lula disse que só vai “pensar sobre 2026 em 2026” e não confirmou que tentará a reeleição daqui a dois anos.
“Eu tenho o compromisso de entregar esse país com economia equilibrada, menos desemprego. Vou deixar para pensar 2026 em 2026. Tem vários partidos que me apoiam, vou discutir isso com muita seriedade e sobriedade. Então, se chegar na hora e os partidos resolverem que não têm nenhum outro candidato para enfrentar uma pessoa da extrema-direita, negacionista, obviamente estarei pronto para enfrentar. Mas espero que não seja necessário. Espero que a gente tenha outros candidatos e que possa fazer uma grande renovação política no país e no mundo”, disse Lula em entrevista à CNN.
Questionado sobre sua idade – Lula tem, hoje, 79 anos; em um novo mandato, ao chegar em 2030, teria 85 -, o presidente disse que “governar não é como jogar futebol”.
“Governar não é como praticar esportes. Não é o problema da juventude que vai resolver os problemas da governança. O que vai resolver o problema da governança é a competência do governante, o compromisso, a cabeça, a saúde [do governante]”, afirmou.
Lula ainda minimizou a relação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e Trump, ao ser questionado se a proximidade entre os dois poderá influenciar o ex-presidente a concorrer em 2026.
“Ele era presidente e eu o derrotei”, respondeu. “Se ele (Bolsonaro) estava apoiando o Trump, ele não tem voto nos Estados Unidos”.
A declaração segue o tom de outra entrevista, em junho deste ano, à rádio CBN, quando disse que “tem muita gente boa para ser candidato”. “Eu não preciso ser o candidato”, afirmou.
Em 2022, ainda durante a pré-campanha eleitoral, Lula indicou que não tentaria uma nova reeleição. “Quando chegar 31 de dezembro de 2026, que a gente for entregar esse mandato para outra pessoa, esse país estará bem”, afirmou, naquele momento, à rádio Metrópole, da Bahia.
O presidente pretendia, nesses primeiros quatro anos, desenvolver um sucessor, mas até agora isso ainda não aconteceu de forma clara. Ao mesmo tempo, a polarização continua e a direita tem mostrado que mantém sua força, o que ficou evidente nas eleições municipais deste ano.
No entorno do presidente, aliados já dão como certo que Lula é o único nome capaz de agregar apoios para manter fora do poder o grupo de Bolsonaro, mesmo com o ex-presidente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). ( Foto: Agência Brasil)