O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve retomar suas atividades no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (6), após semanas longe da sede do governo federal devido a um episódio de sangramento intracraniano. O retorno de Lula ao Planalto ocorre em um período de instabilidade no mercado financeiro.
Lula teve um mal-estar e foi hospitalizado em Brasília, sendo transferido para São Paulo na noite de 9 para 10 de dezembro. Ao chegar na cidade, foi rapidamente levado para uma cirurgia para lidar com um sangramento intracraniano; dias depois, ele passou por um novo procedimento na mesma área.
O líder do governo recebeu alta do hospital em 15 de dezembro, mas continuou sua recuperação em sua residência em São Paulo até o dia 19. Desde então, ele tem alternado entre o Palácio da Alvorada, que é a residência oficial da Presidência, e a Granja do Torto, uma espécie de casa de campo da Presidência localizada em Brasília. O petista realizou encontros de trabalho em ambos os locais.
Ao mesmo tempo, o cenário político observa atentamente por novas indicações do chefe do Executivo em relação à reforma ministerial prevista para os primeiros meses deste ano, além de uma solução para a situação pendente relacionada às emendas parlamentares.
O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso não conseguiram chegar a um consenso sobre as diretrizes para a utilização das emendas parlamentares. No final de 2024, o ministro Flávio Dino, do STF, determinou que não autorizaria o pagamento integral de todas as emendas, desconsiderando a vontade do Legislativo. Atendendo a um pedido do governo federal, Dino concordou em liberar “apenas o valor necessário” para que o Poder Executivo respeitasse o mínimo de gastos com saúde. A solicitação do governo incluía a liberação de R$ 370 milhões.
A maior parte, entretanto, continua impedida de avançar, uma vez que, segundo a visão do ministro do Supremo, o Legislativo não seguiu as normas essenciais de transparência. As longas discussões entre os Três Poderes têm gerado desgaste na política. O Legislativo tem atribuído ao governo a responsabilidade por não oferecer o apoio necessário em suas discussões com o STF. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)