Lula desembarca na Índia para participar da cúpula do G20

Encontro ocorre neste sábado (9) e domingo (10) em Nova Délhi. Brasil assumirá a partir de dezembro a presidência rotativa do grupo

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou, nesta sexta-feira (8/9), em Nova Délhi, na Índia, onde participará da 18ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do G20 — grupo que reúne 19 das principais economias do mundo e a União Europeia (UE). Durante o encontro, que ocorre no sábado (9) e domingo (10), o brasileiro apontou que pretende tratar, principalmente, sobre a agenda social, com foco no tema da desigualdade. Na ocasião, o Brasil receberá pela primeira vez a presidência do grupo.

O mandato brasileiro será exercido de 1º de dezembro de 2023 até 30 de novembro de 2024. Como país ocupante da presidência, será responsável por organizar a próxima cúpula, que deve ocorrer em novembro de 2024, no Rio. Segundo o governo, o Brasil presidirá o G20 pela primeira vez desde a criação do grupo, em 1999. O mandato irá de dezembro deste ano a novembro de 2024. O Rio de Janeiro será a sede da cúpula do grupo no próximo ano.

O avião pousou por volta das 21h no horário local, 12h30 no horário de Brasília. Lula embarcou na quinta-feira (7), após participar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, do desfile cívico-militar de 7 de Setembro, que celebrou o aniversário da independência do Brasil.

O presidente fará o último discurso da cúpula, na tarde do dia 10, após receber simbolicamente a Presidência das mãos do premiê indiano, Narendra Modi. Ambos irão falar sobre a Presidência da Índia em 2023 e as expectativas para a do Brasil em 2024. No sábado (9/9), está prevista a participação de Lula em duas reuniões temáticas. O painel “Um Planeta” falará de desenvolvimento sustentável, transição energética, mudanças climáticas e preservação ambiental.

O painel “Uma Família” debaterá o crescimento inclusivo, o progresso nos objetivos de desenvolvimento sustentável, educação, saúde, e desenvolvimento liderado por mulheres. No domingo (10/9), na terceira sessão da cúpula, o painel “Um Futuro” abordará transformações tecnológicas, infraestrutura pública digital e o futuro do emprego.

No último dia 6, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ressaltou que Lula defenderá também temas como desenvolvimento sustentável, combate à desigualdade, proteção ao meio ambiente, além de buscar ampliar discussões sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.

“O presidente Lula tem feito uma grande divulgação da necessidade de se negociar a paz na Ucrânia. O Brasil é um dos poucos países do mundo que tem relações diplomáticas com todos os outros demais membros da ONU, e nessa condição falamos com a Rússia e Ucrânia. Isso é indispensável na democracia. O local (G20) é ideal para fazer essas negociações de paz”, defendeu Vieira na data.

Viera também defendeu a reforma do sistema multilateral e dos organismos internacionais, principalmente o Conselho de Segurança da ONU. “É necessário que os países que surgiram mais recentemente e se tornaram independente tenham presença no grupo. Por exemplo, não existe nenhum país africano como membro permanente. É a chamada injustiça histórica”, salientou. De acordo com o governo brasileiro, o G20 tem a expectativa de criar um grupo de trabalho sobre empoderamento das mulheres e de confirmar a adesão da União Africana como membro pleno do bloco. Atualmente, integram o G20: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina,  Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia.

Conforme o governo brasileiro, o G20 tem a expectativa de confirmar a adesão da União Africana como membro pleno do bloco. A programação do encontro na Índia prevê três reuniões temáticas, duas no sábado e uma no domingo, com os seguintes temas: Preservação do planeta: desenvolvimento verde e sustentável, meio-ambiente e clima, estilos de vida sustentáveis, transições energéticas e “global net zero”; Proteção de nossas pessoas: crescimento inclusivo, progressos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), saúde, educação e desenvolvimento liderado por mulheres; Promoção de um futuro melhor: transformações tecnológicas, infraestrutura pública digital, reformas multilaterais e futuro do trabalho e emprego.

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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