Candidato eleito, que falou em país com “segurança e emprego”, será recebido amanhã pelo atual presidente, Guillermo Lasso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nesta segunda-feira (16) mensagem em que cumprimenta Daniel Noboa pela vitória de domingo (15) nas eleições do Equador. Além de desejar “saúde e sucesso” no mandato, o mandatário brasileiro manifestou apoio. “Expresso minha disposição de seguir trabalhando pelo bem-estar dos nossos povos, tradicionalmente amigos, de aprofundar as relações bilaterais e de atuar pelo desenvolvimento da América do Sul”, disse Lula.
Noboa concorreu pela aliança Ação Democrática Nacional (ADN), da direita equatoriana, e derrotou Luisa González, aliada do ex-presidente Rafael Correa. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com 97,45% da apuração concluída, Noboa teve 5.167.934 votos (51,99% dos válidos). Sua adversária recebeu 4.772.420 (48,01%).
O candidato vitorioso também publicou mensagem em rede social, afirmando que as famílias equatorianas “elegeram um país com segurança e emprego”. Noboa disse ainda que será um país “onde as promessas não se limitam à campanha e se puna a corrupção”. Mais jovem presidente do país, aos 35 anos, Noboa é empresário e ex-deputado, herdeiro de uma das famílias mais ricas do Equador. Ele assumirá a presidência do Equador para o período 2021-2025 e completará o mandato do atual presidente, o conservador Guillermo Lasso, que optou por deixar o cargo antecipadamente aplicando a chamada “morte cruzada” em maio.
Com esse mecanismo constitucional, Lasso forçou o processo eleitoral extraordinário ao dissolver a Assembleia Nacional (Parlamento) quando ela, controlada por uma oposição liderada por aliados de Rafael Correa – como González –, estava prestes a votar uma moção para destituir o governante, acusado de suposto desvio de dinheiro, o que ele rejeita. Noboa venceu as eleições com uma proposta focada na juventude e na criação de empregos e oportunidades, mas também no enfrentamento da crise de segurança no Equador ligada ao crime organizado.
O país vive seu pior período de violência, com aumento de 5,8 para 25,62 homicídios por 100 mil habitantes nos últimos cinco anos até o fim de 2022, o que representa a maior taxa desde que os registros começaram. Isso se deve ao aumento da atuação de máfias principalmente dedicadas ao tráfico de drogas, já que o Equador se tornou um centro para o tráfico global de cocaína. Essas eleições foram as mais violentas da história do país, sendo o episódio mais grave o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, morto a tiros do lado de fora de um comício eleitoral em Quito 11 dias antes do primeiro turno, em 20 de agosto.
Além de Lula, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, mandou mensagem ao presidente eleito do Equador. “Oxalá trabalhemos para deter a violência que o narcotráfico expandiu no Equador”, escreveu. Nesta terça-feira (17), Noboa será recebido pelo atual presidente, Guillermo Lasso, no Palácio Carondelet.
(Foto: Agência Estado)