Lula critica ‘supremacia branca’ no judiciário: ‘fora da realidade’

Fala do presidente aconteceu em cerimônia de formatura de novos diplomatas do Itamaraty, em turma com maior número de mulheres e negros

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta segunda-feira (16), o que chamou de “supremacia branca” na composição do Judiciário. Lula falou sobre o assunto ao mencionar, sem dar detalhes, que a composição de um tribunal não reflete a “realidade brasileira”.

O chefe do Executivo comentou sobre a falta de diversidade no Judiciário em evento no Itamaraty. Em seu discurso, o presidente disse que participou da posse de um ministro em um tribunal dias atrás e não viu diversidade na corte, sem detalhar qual foi o evento.

Lula criticou que a imagem dos participantes não tinha qualquer diversidade de gênero ou cor de pele. “Esses dias fui na posse de um ministro num tribunal, era uma supremacia branca que não tem nada a ver com a realidade brasileira. Não tem nada a ver. Eu dizia que não vi nenhum aluno no ProUni naquela posse, não vi nenhum aluno do Fies, parecia que era um outro mundo”, afirmou Lula.

Em 3 de setembro, Lula esteve na cerimônia de posse do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça, como novo corregedor nacional de Justiça. O presidente comparou as duas cerimônias ao dizer que, entre os formandos, ele via o Brasil representado em diversidade de gênero e cor: “Fico com orgulho. Porque o Itamaraty é um centro de excelência”, afirmou.

Ao falar para os 36 alunos que se formaram diplomatas nesta segunda, o presidente disse que aquela era a turma com mais mulheres e negros já formada pelo Itamaraty. Lula disse que os novos formandos do Instituto Rio Branco não podem esquecer que representam um “povo megadiverso”.

A turma formada tem 36 integrantes, sendo 15 mulheres e 21 homens. Outros sete diplomatas estrangeiros, intercambistas de países que o Brasil têm convênio, também concluíram o curso. “Vocês não imaginam o orgulho que eu tenho de saber que essa turma é a turma que tem mais mulher e tem mais gente negra. É uma coisa extraordinária porque assim a gente vai colocando o Brasil em todas as suas representações em todas as suas instituições”, declarou.

(Foto: Igo Estrela/Metrópoles)

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