O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, tem solicitado propostas para encontrar um substituto para Nísia Trindade à frente do Ministério da Saúde.
O membro do PT já demonstrava descontentamento em relação à ministra, mas, conforme comentam os apoiadores do presidente, a situação se agravou com a declaração de estado de emergência pelo governo paulista devido aos óbitos causados pela dengue.
Conforme informações recebidas, Lula tem pedido a seus aliados mais próximos que indiquem nomes tanto de especialistas quanto de figuras políticas.
O presidente está focado em proteger o ministério das exigências do centrão, que desde o começo de seu terceiro mandato tem buscado o comando da pasta.
Antes de tomar a decisão de realizar a substituição, conforme apontam os assessores do Palácio, Lula deseja dialogar com Nísia para obter dela esclarecimentos sobre a situação da dengue.
Se decidir por um nome do meio político, Lula busca proteger a secretaria com um membro do PT. Nessa situação, dois ex-ministros são mencionados como preferidos: Alexandre Padilha e Arthur Chioro.
Chioro contaria com o suporte do ministro da Casa Civil, Rui Costa, enquanto Padilha é favorecido pela liderança nacional do PT.
Conforme noticiado hoje à tarde pela CNN, em resposta às perguntas do presidente, Nísia se comunicou com Padilha, que relatou à ministra não estar a par da possível alteração.
Se Padilha for selecionado para o cargo na Saúde, a Secretaria de Relações Institucionais, que cuida da articulação política, será alvo de competição entre os apoiadores do presidente.
O núcleo central apoia a candidatura do chefe do MDB na Câmara dos Deputados, Isnaldo Bulhões (AL). Ele conta ainda com o respaldo dos líderes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
O PT, por sua vez, reivindica a posição e propõe os nomes dos atuais representantes do governo, Jaques Wagner (BA) e José Guimarães (CE).
No entanto, Jaques tem mostrado relutância e optado pela escolha de Guimarães. (Fotos: Julia Prado/MS)
