Lula cita possibilidade de novas eleições na Venezuela para contornar crise

Presidente mencionou um possível “segundo turno” caso Nicolás Maduro não consiga provar lisura do processo eleitoral

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu que uma saída possível para a crise na Venezuela seria a realização de novas eleições, em uma espécie de “segundo turno”, com a mediação de órgãos internacionais e a participação de observadores externos. A sugestão foi levada ao presidente, em caráter informal, pelo assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim.

Amorim disse ao jornal Valor Econômico que a ideia é embrionária e não foi sequer discutida com Colômbia e México — países que, junto com o Brasil, buscam a abertura do diálogo entre o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, e o presidente Nicolás Maduro, declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Celso Amorim fez a sugestão após ouvir outros atores internacionais. Na hipótese de haver um “segundo turno”, ele defendeu que a União Europeia suspenda as sanções em vigor e envie observadores para a eleição. O presidente Lula chegou a verbalizar na reunião ministerial, na última quinta-feira (8), que Maduro deveria ter tido, ele próprio, a iniciativa de chamar uma nova eleição no país, segundo pessoas presentes no encontro.

Embora afirmem que o assunto não é discutido formalmente dentro do governo, auxiliares de Lula admitem que um novo pleito poderia ser a solução para o conflito no país. Ministros que acompanharam a fala de Lula na reunião ministerial afirmam que o presidente demonstrou preocupação, e certa impaciência, com a situação no país vizinho.

Integrantes do primeiro escalão dão como certo que a posição do Brasil no conflito pode impactar negativamente na popularidade de Lula, justo em um momento em que as últimas pesquisas Genial/Quaest e Ipec mostram o primeiro aumento da popularidade do petista em 2024.

Lula também disse a ministros que só irá falar com Maduro sobre as eleições no país vizinho se for em conjunto com México e Colômbia. De acordo com presentes na reunião, o presidente disse que o vencedor da eleição venezuelana precisa comprovar que ganhou nas urnas e citou que ele, nas três vezes que chegou à presidência do Brasil, ganhou no voto.

(Foto: Sérgio Lima/Poder360)

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