Lula assina decreto de calamidade para acelerar recursos ao RS fora do teto de gastos

Decreto que precisa de aval do Congresso reconhece calamidade pública somente no RS. Caso seja aprovado, União poderá fazer gastos para o RS fora das metas fiscais

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta segunda-feira (6) um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para auxiliar a recuperação do Rio Grande do Sul após as enchentes que atingiram o estado. O texto decreta calamidade no estado e municípios, e retira os gastos com ajuda do arcabouço e da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Eu vou assinar uma mensagem para enviar ao Congresso Nacional um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que visa dar celeridade para as coisas atendam a necessidade do Rio Grande do Sul nesse momento de calamidade”, declarou o presidente em breve fala ao lado dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

“O decreto para facilitar é o primeiro passo para as coisas começarem a andar, porque eu disse no Rio Grande do Sul e vou repetir agora: esse é o pensamento do Lira, do Pacheco, do governo, dos ministros. Nós vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que a gente contribua com a recuperação do estado do Rio Grande do Sul, com a melhoria da vida das pessoas, e facilitar naquilo que a gente puder, obviamente que dentro da lei, a vida do povo gaúcho”, afirmou ainda Lula. Segundo ele, é o primeiro de “um grande número” de atos para beneficiar a recuperação do estado.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que a aprovação do decreto vai permitir abrir excepcionalidades nas regras da Lei de Responsabilidade Fiscal para viabilizar o socorro ao Rio Grande do Sul. Ela frisou que o governo não tem, neste momento, estimativa de o que será necessário e ainda aguarda informações sobre as necessidades do Estado, municípios e ministérios.

Texto do projeto reconhece, em seu primeiro artigo, o estado de calamidade pública. Já no segundo artigo, afirma que “A União fica autorizada a não computar exclusivamente as despesas autorizadas por meio de crédito extraordinário e as renúncias fiscais necessárias para o enfrentamento da calamidade pública e as suas consequências sociais e econômicas, no atingimento dos resultados fiscais e na realização de limitação de empenho prevista” na lei de responsabilidade fiscal.

De acordo com o presidente Lula, esse será o primeiro de uma série de atos “para as coisas começarem a andar” no Estado. As fortes chuvas provocaram cheias em rios em várias regiões do RS, destruindo estradas e pontes. Afetaram ainda os serviços de fornecimento de água, energia elétrica e de serviços de telefonia para centenas de milhares de pessoas.

O número de mortes causadas pelas chuvas intensas que têm atingido o Rio Grande do Sul já chega a 83, segundo balanço divulgado pela Defesa do Civil do Estado na manhã desta segunda-feira, e 111 pessoas seguem desaparecidas. Outros 4 óbitos estão sob investigação, disse a Defesa Civil do Estado em balanço divulgado na manhã desta segunda-feira.

(Foto:  Ricardo Stuckert/PR)

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