Governo federal garante que não faltará recursos para ações de resgate das vítimas da chuva catastrófica no estado gaúcho
Após uma reunião com o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) e uma equipe de ministros de estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não faltará recurso para atender às necessidades do estado e determinou a instalação de uma base do governo federal para centralização das informações e coordenação das ações. Lula está em Santa Maria, município com maior número de mortes até o momento.
Estava previsto um sobrevoo nas áreas afetadas, cancelado pelo mau tempo. “Não faltará ajuda para cuidar da saúde, do transporte, dos alimentos, tudo que tiver no alcance do governo federal, seja através dos ministérios, da sociedade civil, militares, vamos dedicar 24h de esforço para atender às necessidades básicas do povo isolado por causa da chuva”, disse o presidente em coletiva de imprensa ao lado do governador Eduardo Leite.
“A gente vai tomar conta disso com muito carinho, com muito respeito, para que as coisas possam acontecer. A gente não vai permitir, como não permitirmos no vale do Taquari, que faltem recursos para que a gente possa reparar os estragos causados”, completou Lula que ainda afirmou que o governo está focado no resgate de pessoas. “No primeiro momento temos que salvar vidas, cuidar das pessoas, no segundo momento tem que fazer avaliação dos danos e pensar como encontrar dinheiro para reparar os danos.”
Lula ainda afirmou que como “ser humano” vai rezar para o fim das chuvas e segurança das pessoas. “Como ser humano eu vou rezar e rezar muito para que a chuva possa parar, para que as pessoas possam voltar para suas casas, para que as pessoas possam se reencontrar se viver a sua vida tranquilamente em harmonia com a família. Como governante eu vou fazer o que estiver ao alcance do governo federal e instituições para que a gente possa dar ao Rio Grande do Sul tranquilidade para que possa viver com muito respeito cuidando da família”, disse.
Ao final da reunião, Lula afirmou que espera fazer uma reunião com todos os prefeitos para levantar o prejuízo de cada cidade. “O ministro da Cidade, depois que tiver o levantamento, espero que haja uma reunião, que pode ser em Porto Alegre, com todos os prefeitos atingidos para saber o prejuízo de cada cidade. Saber quantas casas tem que fazer e que a gente tomar cuidado para as casas não sejam feitas no mesmo lugar”, concluiu.
Lula também anunciou que o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros, permanecerá no estado, no centro de comando, para representar o governo federal em um centro integrado com os demais níveis de governo para garantir uma resposta rápida para a crise causada pelas chuvas.
Eduardo Leite disse que está confiante no apoio federal ao estado e reforçou que a prioridade agora é conseguir resgatar as populações que ainda estão isoladas. “Tenho certeza de que não faltará recursos do governo federal para poder nos atender, mas neste momento a nossa prioridade é o resgate. Temos pacientes que precisam de hemodiálise e estão isolados em alguns municípios. Temos populações que estão isoladas e precisam de alimentação”, disse Leite.
Leite ainda disse que essa deve ser a pior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul. Segundo o chefe do executivo gaúcho, o número de vítimas fatais ainda deve crescer. “Lamentamos todas as mortes já registradas e, infelizmente, lamentar desde já, todas as mortes que ainda não foram registradas e que serão muitas, por conta de deslizamentos e de pessoas que estão há 48 horas em localidades que estão inacessíveis pedindo resgate”, destacou Leite na apresentação para a imprensa nesta quinta-feira.
O governador ainda ressaltou que a situação pode se agravar ainda mais em função de diversas localidades estarem isoladas, sem energia, transporte, ou comunicação, o que pode significar um número de vítimas ainda maior, tornando fundamental a colaboração das forças armadas nas operações de resgate. “São várias localidades do centro do estado, da Região dos Vales, da Serra Gaúcha, regiões muito populosas do nosso estado, que estão sendo acometidas neste momento, são 204 municípios em risco. Isso é uma situação de guerra que a gente está enfrentando e por isso as forças armadas, sob o comando do presidente da República, estão aqui mobilizadas ao que agradeço muito por esse esforço conjunto”, disse o tucano.
(Foto: Ricardo Stuckert/PR)