Lugar de militar é na caserna: projeto que despolitiza Forças Armadas é encaminhado às mãos de Lula

O  gabinete do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha,  recebeu  nesta quinta-feira, 16, a proposta que obriga militares da ativa a se desvincularem das Forças Armadas caso escolham participar da vida política do país.

O ministro José Múcio Monteiro, da Defesa, formalizou a entrega do documento, para análise do presidente Lula.

Pelo texto apresentado, militares que decidirem disputar eleições serão compulsoriamente enviados para a reserva ou que sejam obrigados a se desligar das Forças Armadas caso não tenham cumprido o tempo mínimo para ingressarem na reserva.

A mesma regra vale para militares que ocuparem ministérios.

Segundo palavras do próprio ministro da Defesa, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica participaram diretamente da discussão e elaboração do projeto, que será posteriormente encaminhado ao Congresso Nacional.

Segundo assessores do ministro José Múcio, algum deputado ligado à base do governo deverá assumir a autoria do projeto,  evitando, com isso, alguma rejeição à matéria caso a iniciativa parta do Executivo.

Paralelamente, há a discussão em torno das alterações do artigo 142 da Constituição Federal, para deixar claro que as Forças Armadas não podem tutelar os rumos do país, nem atuar como poder moderador.

A proposta é do deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).

Se o projeto for aprovado, uma das consequências possíveis seria o fim das operações de GLO (Garantia de Lei e da Ordem).

A proposta tem forte rejeição na caserna.

A posição do Palácio do Planalto é que não é o momento de discutir mudanças no artigo 142.

O entendimento é que a aprovação do projeto que manda para a reserva militares que entrarem na política já é suficiente para despolitizar as forças. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado | Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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