Lista suja do trabalho escravo bate novo recorde

Uma atualização da Lista Suja do Trabalho Escravo, elaborada pelo Ministério do Trabalho, foi publicada nesta sexta-feira (5) e não é nada animadora. Entre empresas e pessoas físicas, 654 nomes foram catalogados pelo levantamento, 204 a mais do que em outubro de 2023, quando da última atualização.

A inclusão dos 204 novos nomes entra como um recorde para o histórico do levantamento. É a maior adição de nomes entre duas atualizações da lista desde 2004, quando começou a ser feita.

As atualizações são semestrais e têm como objetivo oferecer transparência em relação aos atos administrativos e de fiscalização do trabalho análogo à escravidão no Brasil. Entre 2014 e 2016 a iniciativa chegou a ser suspensa e, durante os governos Temer e Bolsonaro sofreu uma espécie de boicote institucional.

Cada nome só é incluído na lista após a conclusão dos processos que julgam os casos a que se referem. Nesse sentido, se por um lado o aumento dos nomes indica uma verdadeira epidemia criminosa de trabalho escravo ao longo do Brasil, por outro lado, também indica que esforços estão sendo feitos para combatê-la.

O trabalho doméstico, com 43 casos, é a atividade econômica que lidera o ranking. É seguido por cultivo de café (27), criação de gado (22), produção de carvão (16) e construção civil (12).

Entre os nomes incluídos na lista nessa última atualização estão os de André Luiz Mattos Maia Neumann e Yonne Mattos Maia, que são acusados de manter uma empregada doméstica em condições análogas à escravidão por mais de 72 anos. Maria de Moura, resgatada aos 85 anos em março de 2022, teria trabalhado sem salário na casa dos patrões, no Rio de Janeiro. Os patrões respondem por coação e por terem retido cartões da idosa.

Outro novo nome é o da Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde LTDA, de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Ligada a vinícolas da Serra Gaúcha, a empresa teve o maior número de trabalhadores escravizados do levantamento: 210. Clique aqui e relembre o caso.

Clique aqui, no site do Ministério do Trabalho, e confira detalhes da Lista Suja do Trabalho Escravo(Foto: CNJ/Reprodução)

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