Lira diz que vai à Justiça contra a pressão ‘desumana e mentirosa’ das big techs

Presidente da Câmara disse que já acionou o jurídico para apoiar na tomada de providências contra as plataformas sociais

 

No dia seguinte da tentativa de votação do PL das Fake News, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) afirmou que a pressão feita pelas big techs aos deputados para que barrassem o projeto foi “horrível, desumana e mentirosa” e que deve levar o caso à Justiça. “Defender o seu pleito, tranquilo, mas usar os seus instrumentos para impulsionar ou atrapalhar ou cercear que a outra parte se movimente e se mobilize e aí convergindo a todos os meios que eles detêm pelos algoritmos, que possuem de influência nos estados, a pressão foi horrível, desumana e mentirosa”, argumentou em entrevista, nesta quarta-feira (3), à GloboNews.

“Venderam um tema totalmente desvirtuado, passando que a Câmara estava votando um projeto que censuraria, que amordaçaria, que tiraria a liberdade de expressão e a Câmara jamais permitiria isso”, acrescentou.

Lira ressaltou que a presidência da Câmara recebeu inúmeras denúncias em que parlamentares relatam ameaças de violência física às vésperas da votação do texto. “Já pedimos para a advocacia da Câmara e para o corpo técnico porque, em detrimento do que politicamente os deputados pensam, as big techs ultrapassaram todos os limites da prudência. Se a gente pudesse comparar, é como se tivessem impedido o funcionamento de um poder. E no direito comparativo, nós vamos procurar com todos os meios para entrar com ação responsabilizando pelo ato quase de horror que promoveram na vida dos deputados em uma semana para a votação dessa matéria”, salientou.

As declarações de Lira acontecem em meio à ofensiva do Ministério da Segurança Pública e do Supremo Tribunal Federal contra gigantes da comunicação, como o Google e a Meta, responsável pela manutenção do Facebook e Instagram, contudo, o texto foi tirado da pauta e deve ser votado em duas semanas. “É um clima complicado. As discussões dizem respeito a tudo, menos ao texto. Todos os gestos foram feitos, mas ontem o assunto estava tenso e tumultuado e não havia condições sobre o que o texto representa”, disse. (Foto: reprodução)

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