José Alberto Moreno Mendes, conhecido como Doka, foi assassinado a tiros em frente de casa, na tarde da última sexta-feira (27)
A comunidade do Território Quilombola Monge Belo, localizada em Itaipuaçu-Mirim, no estado do Maranhão, a 120 km da capital São Luís, foi abalada pela trágica morte do líder José Alberto Moreno Mendes, conhecido como Doka. O líder quilombola foi assassinado a tiros em frente de casa, na tarde da última sexta-feira (27), ao ser abordado por dois atiradores em frente à sua residência.
O crime provocou pedidos de justiça dos movimentos populares. Doka tinha 47 anos e morava no povoado Jaibara dos Rodrigues, no Território Quilombola Monge Belo. A comunidade aguarda esse processo há quase duas décadas, o que tem gerado tensões e conflitos fundiários na região. Ele era presidente da Associação de Moradores do Quilombo Jaibara dos Rodrigues e membro da Comissão do Território e do Conselho Quilombola da União das Comunidades Negras Rurais Quilombolas de Itapecuru-Mirim (Uniquita).
O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Maranhão (CEDDH/MA) emitiu uma nota de repúdio e indignação em relação ao crime, pedindo uma intervenção imediata das autoridades de segurança pública estadual para investigar o ocorrido. A entidade destacou também a lentidão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na titulação do território de Monge Belo, mencionando que, entre os anos de 2005 e 2023, 50 quilombolas foram assassinados no Maranhão, denunciando a grave situação de violência enfrentada por essas comunidades.
De acordo com a Polícia Civil, Doka estava perto de casa, quando dois homens de moto se aproximaram e atiraram cinco vezes contra o líder quilombola. Três disparos acertaram a cabeça e ele morreu no local. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Maranhão informou que a Polícia Civil já abriu uma investigação para apurar os motivos do crime. De acordo com o levantamento da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Maranhão, Doka é o décimo quilombola assassinado no Maranhão no período de 2020-2023.
De acordo com a Polícia Civil, Doka estava perto de casa, quando dois homens de moto se aproximaram e atiraram cinco vezes contra o líder quilombola. Três disparos acertaram a cabeça e ele morreu no local. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Maranhão informou que a Polícia Civil já abriu uma investigação para apurar os motivos do crime.
O governo federal, por meio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), expressou seu pesar diante do falecimento de Doka. Em uma nota oficial, o MDHC lamentou profundamente o ocorrido e estendeu condolências à família e amigos do líder quilombola. A nota destacou o compromisso do ministério com a luta de José Alberto por um país mais justo e igualitário, ressaltando a importância dos defensores dos direitos humanos na promoção da justiça social.
“Neste momento de dor e luto, estendemos nossas condolências aos familiares e amigos de José Alberto, e reforçamos nosso compromisso com a sua luta por um país mais justo e igualitário”. Ainda de acordo com a pasta, a comunidade de Monge Belo é uma das 168 do estado que aguarda titulação do território. “É fundamental neste momento que a assistência disponível seja concedida aos familiares de José Alberto, as investigações sejam conduzidas de forma célere e diligente, a fim que os autores do crime sejam responsabilizados nos termos da lei, e que se avance na titulação do território quilombola de Monge Belo”.
(Foto: Reprodução de redes sociais)