Uma pesquisa realizada pelo UOL revela que o setor financeiro cometeu aproximadamente 95% de erros em suas previsões a respeito da economia do Brasil nos últimos quatro anos. Anualmente, economistas e especialistas do mercado tentam prever indicadores econômicos essenciais, incluindo a taxa de juros, a cotação da moeda, o PIB e o desempenho da Bolsa de Valores.
Entretanto, nos últimos anos, as estimativas feitas no começo do ano têm demonstrado uma taxa de erro bastante alta.
A pesquisa examinou as previsões realizadas para os anos de 2021 a 2024, mostrando que, em diversas situações, as expectativas não se materializaram, mesmo fundamentadas em estudos minuciosos como o Boletim Focus, do Banco Central, e a pesquisa “LatAm Fund Manager Survey”, do Bank of America.
Para o ano de 2025, as expectativas são de um ambiente econômico considerado prudente, com um crescimento esperado que é moderado. O Ibovespa tende a variar entre 110 mil e 140 mil pontos, enquanto a taxa Selic pode atingir 15%. O Produto Interno Bruto (PIB) deve apresentar um aumento de 2,02%, enquanto a inflação, conforme o IPCA, ficará em torno de 4,99%. A cotação do dólar deve girar em torno de R$6,00. No entanto, é importante notar que, conforme a experiência passada, os especialistas frequentemente se equivocam nas previsões sobre a economia.
Erros e acertos
2024
- Ibovespa: A principal previsão era que o índice superaria os 140 mil pontos, mas ele caiu 10,36%, fechando a 120.283,40 pontos. (Errou)
- Selic: A expectativa era que a taxa de juros ficasse em 9%, mas ela subiu para 12,25% ao ano. (Errou)
- PIB: A previsão era de um crescimento de 1,59%, mas a alta acumulada até setembro de 2024 foi de 3,1%. (Provavelmente errou)
- Dólar: A estimativa era que o dólar terminasse o ano em R$5,00, mas ele subiu para R$6,18, uma alta de 27,3%. (Errou)
- Inflação/IPCA: A previsão era de uma inflação de 3,90%, mas o índice foi de 4,83%. (Errou)
2023
- Ibovespa: Esperava-se que o índice ficasse entre 110 mil e 120 mil pontos, mas ele fechou em 134.185 pontos, com uma alta de 22,28%. (Errou)
- Selic: A estimativa era que a Selic ficasse em 11,75%, mas ela terminou o ano em 12,25%. (Errou)
- PIB: A previsão era de crescimento de 0,78%, mas o PIB cresceu 2,9%. (Errou)
- Dólar: Esperava-se que o dólar ficasse em R$ 5,28, mas ele terminou o ano em R$4,85, uma queda de 8,06%. (Errou)
- Inflação/IPCA: A previsão era de 5,36%, mas a inflação de 2023 ficou em 4,62%. (Errou)
2022
- Ibovespa: A maioria previu que o índice ficaria abaixo dos 120 mil pontos, mas ele terminou o ano com uma alta de 4,69%, a 109.735 pontos. (Acertou)
- Selic: Esperava-se que a Selic ficasse em 11,75%, mas a taxa subiu para 13,75%. (Errou)
- PIB: A previsão era de 0,28% de crescimento, mas o PIB cresceu 2,9%. (Errou)
- Dólar: A estimativa era que o dólar ficasse em R$ 5,60, mas a moeda terminou o ano em R$ 5,27, com uma queda de 5,32%. (Errou)
- Inflação/IPCA: A previsão era de 5,03%, mas a inflação foi de 5,79%. (Errou)
2021
- Ibovespa: A maioria previu que o índice ficaria acima de 120 mil pontos, mas ele teve uma queda de 11,93%, fechando a 104.822,44 pontos. (Errou)
- Selic: Esperava-se uma Selic de 3,25%, mas ela terminou o ano em 9,25%. (Errou)
- PIB: A previsão era de 3,41% de crescimento, mas o PIB cresceu 4,8%. (Errou)
- Dólar: A previsão era que o dólar ficasse em R$ 5,00, mas ele subiu para R$ 5,57, uma alta de 7,47%. (Errou)
- Inflação/IPCA: Esperava-se uma inflação de 3,34%, mas ela ficou em 10,06%. (Errou)
Taxa de acerto – Em um levantamento geral, a taxa de acerto foi de apenas 5%, o que significa que, de cada 20 previsões feitas, apenas uma se confirmou. A única projeção bem-sucedida foi a previsão do desempenho da Bolsa em 2022, quando a alta do Ibovespa foi de 4,69%.