Ministros e a primeira-dama Janja se manifestaram nesta quinta-feira (7) sobre a saída da atleta do Ministério dos Esportes. A decisão de Lula demitir Ana Moser foi tomada para abrigar o Centrão no governo
Um dia depois de anunciar as primeiras substituições da reforma ministerial, diversos integrantes do governo federal fizeram questão de se manifestar a respeito da exoneração da ministra do Esporte, Ana Moser, destacando o trabalho desempenhado por ela nos últimos oito meses. O secretário de Relações Institucionais do governo, Alexandre Padilha, disse nesta quinta-feira (7), pouco antes do início do desfile cívico-militar do 7 de setembro, em Brasília, que a expectativa é de manutenção da parceria com a atleta, e que a pasta deverá permanecer seguindo suas diretrizes.
De acordo com ele, a troca no Ministério do Esporte foi semelhante a uma substituição em uma partida esportiva. “Podemos estar tendo uma mudança dos jogadores que estão em quadra, mas não mudam a estratégia, o plano tático e os objetivos do time. (…) Estamos fazendo uma mudança de quem está na quadra, mas não mudam os compromissos com o esporte brasileiro”, disse. “Quero registrar o carinho e a admiração do trabalho que vinha sendo feito pela ministra Ana Moser, o presidente Lula tem uma grande consideração, nesse período ela já plantou as sementes e já começou a colher os frutos dos compromissos do governo, que não mudam”, acrescentou Padilha que ainda reforçou que “o presidente Lula considera e acredita que a ministra Ana Moser vai continuar colaborando com o esporte brasileiro, com as políticas públicas federais”.
A ministra da Gestão, Esther Dweck, também exaltou a ex-ministra, nas redes sociais. A ministra destacou a competência e a seriedade da ex-jogadora de vôlei e disse que foi uma honra poder trabalhar junto dela. Dweck se soma à ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que também se manifestou hoje sobre a ex-colega de Esplanada. Com a saída de Moser, o número de mulheres no governo Lula caiu para nove, de 11 originalmente. “Com seriedade e competência, @anabmoser encara o esporte enquanto atividade capaz de transformar a sociedade. Para mim, é uma honra termos trabalhado juntas e compartilharmos de um projeto de País”, disse Dweck em suas redes sociais. Mais cedo, Cida já havia manifestado que Ana Moser “recuperou o papel social transformador do esporte em 8 meses de governo”.
Quem também se manifestou nesta quinta, foi a primeira-dama Janja da Silva, que disse não ter ficado feliz com a demissão de Ana Moser do Ministério do Esporte. O comentário se deu um pouco antes dela e o presidente Lula embarcarem rumo à Índia, onde participam do G20, como resposta a uma publicação do empresário Omar Monteiro Jr., dono do Bar do Omar, um reduto da esquerda no Rio de Janeiro. “Não tem ninguém do nosso campo feliz com a saída da Ana Moser. Política é assim mesmo, nem sempre é do jeito que a gente quer, infelizmente”, disse Omar, ao que Janja respondeu: “Eu também não estou feliz”.
A decisão de Lula demitir Ana Moser foi tomada para abrigar o Centrão no governo. O deputado André Fufuca (PP-MA), próximo ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), assumirá o Ministério do Esporte em seu lugar. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência não informou, na nota divulgada na noite de quarta-feira (6), se Ana Moser terá outra função no governo Lula. A ainda ministra, porém, criticou a escolha do presidente em nota divulgada na quarta.
Ana Moser afirmou que ver “com tristeza e consternação a interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal”. “Durante a conversa com Lula, Ana Moser lamentou que as promessas de campanha, de um esporte para toda a nação, tenham tido tão pouco tempo para que se desenvolvessem na retomada da gestão do Ministério do Esporte voltada para a implementação de uma política que efetivasse o direito social à prática esportiva”, completou.
(Foto: Eduardo Knapp/Folhapress)