Uma sugestão do BRAZIL PLURAL a jornalistas e demais interessados: acessem o site Resistir é Preciso, uma iniciativa do Instituto Vladimir Herzog.
Na verdade, o site é um extraordinário acervo digital reunindo documentos sobre a história recente do Brasil, especificamente da ditadura civil-militar (1964-85), com enfoque nas ações de resistência da imprensa do período.
A iniciativa, realizada em parceria com o Centro de Documentação e Memória da UNESP (CEDEM) e o Núcleo de Cultura Digital do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (NCD-Cebrap), se baseia na promoção do fortalecimento de uma cultura de respeito à diversidade, de diálogo e direitos humanos; na defesa da liberdade de imprensa e do direito à liberdade de expressão, e na defesa dos valores da democracia.
Todo o material catalogado e digitalizado veio do CEDEM, atual depositário de um dos maiores conjuntos documentais sobre a história da resistência ao autoritarismo no país.
São 10 mil páginas de periódicos de todas as regiões do Brasil que, além de não serem facilmente localizados nas redes, pautam temas que continuam pertinentes na atualidade: a produção de fake news, os direitos das mulheres, LGBTQIA+, pretos e indígenas, a destruição ambiental e a voz aos moradores das periferias dos grandes centros urbanos.
O que todos os jornais disponibilizados têm em comum é a atmosfera de contestação em meio a um dos tempos mais obscuros e truculentos da história do país.
Os títulos nos ensinam como ativistas e jornalistas mobilizaram a imprensa alternativa como instrumento de luta e resistência contra a ditadura sem deixar de lado pautas como o feminismo, o antirracismo e a defesa dos povos tradicionais e originários.
Também foram catalogadas as 42 entrevistas gravadas para o Protagonistas desta História, um registro fundamental dos depoimentos de pessoas que atuaram na produção jornalística de resistência durante o período ditatorial.
Projeto contou, a partir de uma exposição, um documentário e de depoimentos em vídeo de jornalistas e militantes políticos que combateram a ditadura militar, a história dos jornais alternativos, clandestinos e publicados no exílio durante o regime.
As capas das edições mais significativas de cada uma dessas edições foram disponibilizadas junto com textos que resumem suas trajetórias.
Além disso, foram disponibilizadas reproduções de cartazes produzidos por artistas gráficos que colaboraram intensamente com a imprensa da resistência. Compilados em um livro, os cartazes retratam denúncias e solidariedade dos brasileiros em face da situação no País e também nas nações vizinhas que viviam sob a intervenção militar.
Trabalho extraordinário que os jornalistas mais jovens precisam acessar para entender a luta heroica – e corajosa! – dos colegas protagonistas de um dos momentos mais tristes da história do Brasil.
Visite o site do Resistir é Preciso para conhecer a iniciativa.