Kamala Harris anuncia o governador de Minnesota, Tim Walz, como vice de chapa

Anúncio ainda não foi feito de forma oficial; Walz, de 60 anos é um ex-professor que liderou uma reforma progressista em Minnesota durante seu segundo mandato como governador

 

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, escolheu o governador de Minnesota, Tim Walz, como companheiro de chapa nesta terça-feira (6), de acordo com a emissora americana CNN. As opções haviam sido reduzidas a ele e a Josh Shapiro, o governador da Pensilvânia. Ambos estados são considerados decisivos para as eleições de 5 de novembro.

A divulgação do nome foi feita antes de sua primeira aparição pública oficial desde que foi confirmada como candidata democrata às eleições presidenciais, nesta terça-feira. Ex-professor, Walz está em seu segundo mandato como governador de Minnesota e preside a Associação de Governadores Democratas.

Anteriormente, ele serviu no Congresso por 12 anos, representando um distrito rural de tendência conservadora que, tanto antes quanto depois de seu mandato, era um reduto republicano. A esperança é que, enquanto a campanha republicana a ataca como “perigosamente liberal”, Kamala possa contar com Walz para apresentar um rosto mais moderado da chapa democrata.

A busca pelo número 2 de Kamala não tinha sido concluída até domingo, quando ela entrevistou três finalistas – o governador de Minnesota, Tim Walz; o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e o senador do Arizona, Mark Kelly. Segundo a CNN, a democrata ponderou sua escolha com assessores por três dias consecutivos, e uma campanha contra e a favor dos potenciais candidatos dividiu o partido.

Diferentes partes interessadas apresentaram seus argumentos sobre quem seria mais elegível contra o ex-presidente Donald Trump, e qual nome seria capaz de manter a sequência positiva que a campanha tem recebido. Uma pessoa próxima a Kamala, ouvida pelo New York Times, afirmou que ela não terminou de fazer ligações para seus principais concorrentes à vice-presidência.

A campanha de Harris esperava anunciar sua escolha por volta das 10h (11h em Brasília) em uma mensagem de texto para os apoiadores, o que ainda pode acontecer, mas, dado o vazamento sobre Walz, esse cronograma pode mudar. Walz não foi visto até agora na manhã desta terça, em meio a uma onda de atividades ao redor de sua residência em St. Paul. A presença da mídia do lado de fora da casa é muito maior do que nos dias anteriores, incluindo pelo menos cinco equipes de notícias de TV.

Uma frota de veículos estaduais, incluindo SUVs pretos e sedãs pretos, está estacionada na garagem, como tem estado nos dias anteriores. Alguns dos veículos saíram ou retornaram à propriedade no início desta manhã. Desde que o presidente Joe Biden encerrou sua candidatura à reeleição no mês passado, a vice-presidente garantiu o apoio dos democratas e avançou nas pesquisas contra Trump.

Um levantamento da CBS News/YouGov divulgado no último domingo não encontrou um líder claro entre Kamala e Trump (enquanto Biden aparecia 5 pontos atrás nas pesquisas anteriores da mesma fonte). Uma média de quatro pesquisas recentes da CNN também apresentou uma disputa acirrada entre os dois, com o republicano recebendo cerca de 49% e a democrata, 47%.

A candidatura de Kamala também mobilizou doadores: na semana passada, a campanha da democrata anunciou ter arrecadado US$ 310 milhões (R$1,7 bilhão) durante o mês de julho, mais que o dobro da arrecadação de Trump, que acumulou US$ 138,7 milhões (cerca de R$ 796 milhões). Somado a isso, na última sexta-feira, o Comitê Nacional Democrata anunciou que Kamala conquistou votos suficientes para ser nomeada a candidata oficial do partido antes mesmo do término do período de votação, nesta segunda-feira.

Kamala e Walz deverão percorrer os sete estados que são considerados essenciais na batalha: depois da passagem pela Filadélfia nesta terça, ambos passarão por Wisconsin, Michigan, Carolina do Norte, Geórgia, Arizona e Nevada. Os integrantes da campanha democrata, segundo a Associated Press, estão cientes de que o entusiasmo com a candidatura de Kamala pode ser passageiro – e, por isso, têm trabalhado para capitalizar a energia agora, enquanto gerenciam as expectativas e enfatizam que a disputa contra Donald Trump está acirrada.

A campanha de Biden havia definido Arizona, Nevada, Carolina do Norte e Geórgia como seus principais alvos, mas, ainda segundo a AP, já tinha começado a perder a esperança de conquistar votos nesses locais – e, por isso, reforçou a presença em Michigan, Wisconsin e Pensilvânia, estados conhecidos como “muralha azul” pelo histórico de vitória do Partido Democrata. Com a entrada de Kamala na disputa, porém, campanha voltou a focar no Arizona e Nevada, vistos como os mais competitivos entre ela e Trump – ambos vencidos por Biden há quatro anos.

(Foto: AFP or licensors)

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