Justiça condena Luciano Hang à prisão por difamação e injúria a arquiteto

Penas foram convertidas em prestação de serviços comunitários e pagamento de uma indenização

 

O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, foi condenado pela 1ª Câmara Especial do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul por difamação e injúria contra o arquiteto Humberto Tadeu Hickel. Hang, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chamou o arquiteto de “esquerdopata” e sugeriu “vá para Cuba” após Hickel criar um abaixo-assinado contra a instalação de uma réplica da estátua da Liberdade em uma loja da Havan em área turística de Canela (RS), em 2020.

O julgamento foi realizado na última terça-feira (23). Hang foi condenado a 1 ano e 4 meses de reclusão e 4 meses de detenção, em regime aberto. A pena privativa de liberdade foi substituída por prestação de serviços à comunidade, mais prestação pecuniária de 35 salários mínimos (R$ 36.365) vigentes ao tempo do fato, que deve ser pago a Humberto.

Além disso, o empresário recebeu uma penalidade financeira de 20 dias-multa, cada um correspondendo a 10 salários mínimos (um valor de R$ 207.998). A sentença é referente a um episódio que aconteceu em 2020, na Comarca de Canela. Na ocasião, o arquiteto criticou a instalação da Estátua da Liberdade, símbolo da Havan, na cidade gaúcha, e começou um abaixo-assinado por considerar que o item geraria impacto negativo urbanístico e econômico, competindo com o comércio local.

Hang, por sua vez, fez um vídeo, que foi publicado nas redes sociais, chamando Hickel de “esquerdopata”, “da turma do ele não”, “adora o MST” e “vá pra Cuba que o pariu”. No julgamento, os desembargadores, por maioria, consideraram que as falas de Luciano Hang eram desonrosas e capazes de prejudicar a reputação do arquiteto. Com isso, o Colegiado mudou a sentença de 1º grau, que tinha absolvido o empresário. Cabe recurso da decisão.

Luciano Hang classifica as notícias sobre a condenação como “distorcidas” e afirma que “apenas exerceu o direito à liberdade de expressão”. “Ele [Humberto Hickel] não teve apoio na cidade, inclusive pessoas de fora do País assinaram esse abaixo-assinado, ninguém deu bola pra ele, e eu fiz um vídeo sobre isso na época”, comenta Hang em nota enviada a imprensa.

“Em primeira instância, vencemos. O Ministério Público concordou que chamar ele de esquerdopata não seria motivo para criminalizar, sendo um debate político. Mas o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul agiu diferente e considerou um crime porque a população local ficou contra a posição do cara”, acrescenta. Hang diz que vai recorrer da decisão.

(Foto: Reprodução)

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