Sergio Moro, que abandonou a magistratura em 2018 para se tornar ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, pode ter uma carreira breve como senador. Isso porque o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) já marcou data para o julgamento de ações sobre prática de caixa dois e abuso de poder econômico nas eleições de 2022 para este ano e, segundo jurista ouvido pela Fórum, o mais provável é que Moro tenha seu mandato cassado.
Segundo informação obtida pelo jornalista Esmael Morais, do Blog do Esmael, o julgamento do caso de Moro foi marcado para o dia 27 de novembro deste ano.
A expectativa é que as ações contra o senador sejam analisadas até, no máximo, 20 de dezembro, quando a Justiça Eleitoral entra em recesso.
Caso algum ministro peça vistas, há a possibilidade dos demais magistrados anteciparem seus votos e liquidarem o julgamento ou ainda da análise ser retomada em fevereiro de 2024, no retorno do recesso.
Se o TRE-PR decidir, de fato, cassar o mandato de Moro, serão convocadas eleições suplementares para o Senado no Paraná. A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) e o ex-governador Roberto Requião (PT) estão entre os nomes do campo progressista que almejam a vaga.
Cassação é dada como certa
Entre janeiro e março de 2022, o ex-juiz Sergio Moro, após um período como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, fez pré-campanha como pré-candidato à presidência da República pelo Podemos, partido ao qual se filiou em 2021.
O partido, entretanto, vetou sua candidatura ao Palácio do Planalto e o ex-magistrado, então, saiu da legenda e se filiou ao União Brasil para se candidatar ao Senado. Primeiro, queria concorrer por São Paulo, mas foi impedido pela Justiça Eleitoral por não possuir residência ou vínculos com o estado, e desta maneira registrou sua candidatura de senador pelo seu estado de origem, o Paraná.
Apesar do caos partidário e envolvendo domicílio eleitoral, Moro conseguiu se eleger senador com 1.953.159 votos. Ainda à época da campanha, entretanto, foram protocoladas pelo Partido Liberal e pela Federação Brasil da Esperança, composta pelo PT, PCdoB e PV, duas ações – que depois foram unificadas – contra o ex-juiz no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). (Foto: Reprodução Redes Sociais)