Julgamento de Moro é suspenso novamente. Placar é 3×1 contra cassação

Desembargadores  Claudia Cristina Cristofani e Guilherme Frederico Fernandes Denz votaram pela inocência do parlamentar. Julio Jacob Junior pediu vistas ao processo e sessão será concluída na terça-feira (9)

 

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná retomou nesta segunda-feira (8) o julgamento que pode gerar a cassação do mandato do senador Sergio Moro (União Brasil), ex-juiz da Operação Lava Jato, por suposto abuso de poder econômico ligado à campanha de 2022. A desembargadora Claudia Cristina Cristofani acompanhou o relator, Luciano Carrasco Falavinha, e defendeu a inocência do ex-juiz-federal. Em seguida, Julio Jacob Junior pediu vistas ao processo, mas Guilherme Frederico Fernandes Denz adiantou seu voto, também contra a cassação.

Após três sessões de julgamento, o placar está três a um, favorável ao senador — ainda falta a manifestação de três desembargadores eleitorais. O desembargador José Rodrigo Sade proferiu o único voto pela cassação. O julgamento retornará para a pauta nesta terça-feira (9), às 14h.

Se for cassado pelo TRE, Moro não deixará o cargo imediatamente porque a defesa poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se a eventual cassação for confirmada pelo TSE, novas eleições serão convocadas no Paraná para preencher a vaga do senador. Ele ainda ficará inelegível por oito anos.

No final de 2021, Moro estava no Podemos e realizou atos de pré-candidatura à Presidência da República. De acordo com a acusação, houve “desvantagem ilícita” em favor dos demais concorrentes ao cargo de senador diante dos “altos investimentos financeiros” realizados antes de Moro deixar a sigla e se candidatar ao Senado pelo União.

Para o Ministério Público, foram gastos aproximadamente R$ 2 milhões, oriundos do Fundo Partidário, com o evento de filiação de Moro ao Podemos e com a contratação de produção de vídeos para promoção pessoal, além de consultorias eleitorais. O PL apontou supostos gastos irregulares de R$ 7 milhões. Para o PT, foram R$ 21 milhões.

Advogados de Moro defendem a manutenção do mandato e negam irregularidades na pré-campanha. De acordo com o advogado Gustavo Guedes, Moro não se elegeu no Paraná pela suposta pré-campanha “mais robusta”, conforme acusam as legendas.

(Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

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