Jovem Pan não recebe mais verba publicitária no governo Lula. Emissora foi uma das que mais receberam dinheiro na gestão Bolsonaro. A TV Record continua recebendo recursos estatais, mas dinheiro caiu de maneira considerável
A distribuição das verbas de publicidade estatal mudou drasticamente com a troca do governo federal. Conhecida por seu apoio explícito a Jair Bolsonaro (PL), a Jovem Pan não viu nenhum centavo de repasse federal ao longo dos primeiros sete meses de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao longo dos quatro anos de governo bolsonarista, a Jovem Pan figurou entre as 15 plataformas mais beneficiadas por verbas públicas, ocupando o 12º lugar no ranking e recebendo 2% do total do investimento.
No final do ano passado, na época da transição dos governos, um grupo técnico informou que a Jovem Pan havia recebido, sozinha, R$ 526 milhões do governo anterior em um período de quatro anos. Em compensação, outras plataformas que estavam em baixa na última gestão, ganharam relevantes destaques na lista de beneficiadas.
É o que revelam os dados oficiais dos relatórios divulgados pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. A Globo, por exemplo, que enfrentou um declínio em investimentos durante o governo Bolsonaro, voltou a ocupar a liderança no faturamento com publicidade. Os veículos de mídia da emissora acumularam 57% das verbas de publicidade, totalizando um faturamento de pelo menos R$ 54,4 milhões..
Outra emissora que também experimentou um aumento significativo em seu faturamento foi a Record, que apoiou o ex-presidente inelegível. A Record liderou a lista das beneficiadas na gestão bolsonarista, recebendo 22% de todos os recursos, o equivalente a aproximadamente R$ 200 milhões. No cenário atual, a emissora de Edir Macedo recebeu apenas 13%.
A Record foi o destino de R$ 13 milhões neste ano. O portal R7, que pertence ao grupo, faturou cerca de R$ 8,4 milhões na gestão anterior, mas não recebeu nada nos sete primeiros meses do governo Lula.
O SBT desembolsou no governo petista R$ 12 milhões e permaneceu na mesma colocação na tabela, em terceiro. No entanto, perdeu parte dos recursos, passando de 18% para 12%. O mesmo ocorreu com a Band, que segue em quarto lugar mas passou a receber 4% a menos de verba do governo federal.
Ainda de acordo com os relatórios da Secom, que foram inicialmente divulgados pela Folha de S.Paulo, o site Brasil 247 recebeu R$ 59,9 mil em campanhas, enquanto o Diário do Centro do Mundo foi o destino de R$ 46,2 mil em anúncios.
O relatório prévio da Secom também revelou que novas plataformas passaram a ser contempladas na distribuição das verbas de publicidade sob o governo Lula. Empresas como TikTok, Kwai e as publicações impressas e sites da Editora Globo entraram no TOP 15. Além disso, veículos de comunicação que foram desprestigiados durante os quatro anos do governo Bolsonaro, como os jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e O Globo, voltaram a receber investimentos em publicidade neste ano.
(Foto: Reprodução/Jovem Pan)
