Segundo o petista, ele foi acusado de chefiar o esquema porque “era importante para o governo e podia entrar na linha sucessória do presidente Lula”. Condenações anuladas pelo STF abrem espaço para que o petista considere retornar ao Congresso Nacional em 2026
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) classificou a sua condenação no processo do mensalão como “a primeira grande fake news do Brasil” durante entrevista ao Canal Livre, da TV Bandeirantes, na noite deste domingo (7). Segundo o petista, ele foi acusado de chefiar o esquema porque “era importante para o governo e podia entrar na linha sucessória do presidente Lula”.
Dirceu disse achar merecer ser eleito e voltar ao Congresso – de onde foi cassado em 2005 por causa do mensalão. “Eu disse, e alguns me criticaram por dizer, que até por justiça, eu mereço voltar ao Congresso Nacional. Eu fui cassado por ter sido chefe do mensalão. O Roberto Jefferson foi cassado porque não provou o que era o mensalão. E o Supremo me absolveu de formação de quadrilha”, afirmou.
“Então, basta ver quem é o Roberto Jefferson hoje e quem sou eu. A primeira grande fake news no Brasil foi o mensalão. Não o caixa-dois na campanha eleitoral, mas a história de que existiu o mensalão e que eu era o responsável”, completou.
Preso em 2013 por ser considerado um dos líderes do esquema, Dirceu teve sua pena perdoada em 2016 por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). O político foi condenado a 7 anos e 11 meses após ser apontado como responsável do esquema de pagamento de mesadas a parlamentares para garantir o apoio de projetos do governo Congresso Nacional entre 2003 e 2004.
Em maio deste ano, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) também considerou extinta uma segunda pena imposta a José Dirceu por corrupção passiva na Operação Lava-Jato, devido à prescrição. As decisões favorecem a possibilidade de Dirceu voltar a disputar eleições em 2026, quando ele avalia concorrer ao Congresso.
Para recuperar a elegibilidade, no entanto, ainda seria preciso derrubar outra condenação da Lava-Jato, que tem um recurso para ser analisado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Dirceu também elogiou a relação do presidente Lula com o Congresso Nacional e afirmou que “é muito difícil fazer articulação política” no país porque as pautas passaram a gerar novas divergências.
“Eu não vejo erro de articulação. Formar maioria numa Câmara como essa levou que o PP e o PR [Republicanos] passasse a ser base do governo. Se eu falasse isso dois anos atrás, iam dizer que o Dirceu enlouqueceu. Mas é a realidade do País. É muito difícil fazer articulação política pois as pautas geram divergência, porque no Brasil mudou o ponto de vista dos partidos políticos”, concluiu o petista.
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