Os especialistas do Itaú BBA consideram que o IPCA-15, divulgado nesta quarta-feira, 26, corrobora o cenário de desinflação em curso, embora as medidas de núcleo ainda sigam rodando acima do compatível com o cumprimento da meta de inflação.
“Na margem, com dados dessazonalizados e anualizados, a inflação de industriais subjacente está rodando em ritmo de 7,7%, enquanto o núcleo de serviços está próximo de 6%, este último com alguma aceleração recente”, diz análise.
BBA acredita que nas próximas leituras – embora com pressão em preços administrados, principalmente medicamentos e loteria – devemos seguir observando recuo da inflação acumulada em 12 meses para ao redor de 4,0%, influenciado pelo efeito base dos cortes de impostos no ano passado.
“No entanto, a inflação deve voltar a acelerar nessa base de comparação a partir do terceiro trimestre do ano”, dizem os analistas. “Projetamos 6,1% para o IPCA em 2023 e 4,5% em 2024.”
O IPCA-15 de abril registrou alta de 0,57%, próximo da nossa projeção (0,58%) e um pouco abaixo do esperado pelo mercado (0,60%). Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 4,2%, ante 5,4% em março.
Na abertura do dado de hoje, os analistas destacam aceleração no núcleo serviços subjacente, com aluguel e condomínio mais fortes, confirmando algum repique na inflação de serviços em abril.
“Dos itens que repetem a sua variação no IPCA fechado de abril, houve uma pequena surpresa altista em passagem aérea, o que adiciona viés de +2bps na leitura do mês. Do lado das surpresas baixistas, destaque para preços de gasolina (3,5%, ante projeção de 4,5%), que foi praticamente compensada por uma surpresa altista na abertura de preços livres.” (Reprodução)