Irã x Israel: “O governo brasileiro está preocupado”, diz Celso Amorim

Após o início do ataque do Irã contra Israel nesse sábado (13), com o lançamento de dezenas de drones e mísseis, o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, avalia que a situação é “extremamente preocupante”. A ação do Irã é uma retaliação ao bombardeio do consulado do país na Síria no último dia 1º, que causou a morte do comandante da Guarda Revolucionária do Irã. No mesmo dia, o Irã informou que iria revidar.

“Vemos essa escalada com preocupação. É enormemente preocupante e o governo brasileiro está preocupado”, disse o ex-ministro. Amorim afirmou que ainda não tinha conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto, mas não descarta que ele se pronuncie sobre os ataques.

O presidente já conversou nesse sábado com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e está acompanhando a situação.

A relação do Brasil com Israel está abalada após falas de Lula, que comparou a morte de palestinos na Faixa de Gaza ao genocídio de judeus. Em seguida, o governo de Israel, que é mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informou considerar o presidente Lula persona non grata e a crise diplomática escalou.

Amorim afirma que diante disso, os governos não têm se falado.

“O nosso embaixador foi chamado para consultas pela maneira rude como foi tratado pelo ministro das Relações Exteriores [Israel Katz]. Nossas comunicações com Israel hoje em dia são precárias. O ministro das Relações Exteriores [de Israel] fez um ataque violento ao Presidente da República o chamando de mentiroso. Nós não temos contato com o governo de Israel no momento. Com o Irã, tampouco”, explicou.

Nesta semana, em meio à briga do bilionário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), com o Supremo Tribunal Federal (STF), Katz replicou uma publicação de Musk e escreveu: “Se alguém deveria ser bloqueado ou censurado no X deveria ser você, Lula. Você tem o hábito de censurar e distorcer a verdade, então não é surpresa que esteja tentando censurar os outros”.

Amorim, que tem ampla experiência e já foi ministro das Relações Exteriores, avalia que uma ação emergencial a ser tomada no momento seria a convocação de uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir o ataque e os desdobramentos. O assessor avalia que existe um risco de que o conflito se espalhe.

“Nos preocupa o envolvimento de outras forças que apoiam os dois países. Não quero fazer previsões catastróficas, porque não se ganha nada com isso. Mas os aliados do Irã e o grande aliado de Israel podem entrar num conflito maior”, pontuou. O governo dos Estados Unidos, aliado de Israel, já se pronunciou reforçando apoio “inabalável” ao país. (Foto: Reprodução)

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