O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (29) que informou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre os perigos de o governo continuar com o decreto que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“Vocês vão derrotar o governo. Estamos aqui para ajudá-lo [presidente Lula]”, contou.
Nesta quarta-feira à noite (28), Motta se encontrou com Haddad na presença de Alcolumbre. Segundo o presidente da Câmara, a reunião foi caracterizada como “Sóbria e serena” e teve como objetivo amenizar as tensões entre o Congresso e a equipe econômica. No entanto, todas as mensagens foram transmitidas.
Os líderes da Câmara e do Senado teriam sinalizado que o poder legislativo deseja auxiliar a administração na gestão financeira, mas que é necessário refletir em conjunto sobre ações estruturais.
Durante o diálogo, o ministro da Fazenda enfrentou questionamentos sobre suas recentes críticas ao Congresso. Como revelou a CNN, a comunicação do aumento do IOF sem um diálogo anterior com os deputados gerou desconforto entre os membros da base governista.
Motta declara que deixou evidente que a Câmara não se intimida com possíveis cortes nas emendas. Uma das justificativas do governo para o aumento do IOF é que uma retirada completa teria influência no montante destinado aos deputados.
A discussão se encerrou com a definição de um prazo de 10 dias para que o governo apresente uma solução. Se essa proposta não for feita, a Câmara agendará a votação do Projeto de Decreto Legislativo para revogar o decreto do presidente.
“Não tenho uma obrigação de não incluir o PDL na agenda. Eu irei incluí-lo,” finalizou.
Ações do governo
Depois da reunião, Haddad afirmou que não esteve presente para tratar especificamente do IOF. O ministro mencionou que explicou aos líderes das Casas Legislativas as ações do governo e as possíveis repercussões caso uma revogação fosse realizada, como a necessidade de um contingenciamento extra.
Em desacordo com as expectativas da liderança do Congresso, ele sinalizou que a administração não planeja, no presente momento, fazer alterações no decreto relacionado ao tema.
“Atualmente, não existe uma resolução sobre o decreto”, ressaltou.