Inteligência artificial pode ser usada para diagnosticar a doença de Parkinson

Novas tecnologias podem vir a ser usadas no diagnóstico precoce e auxílio em pesquisas de novos tratamentos. Especialistas detalham o impacto da doença na vida dos pacientes e os tratamentos disponíveis hoje em dia

 

Neste dia 11 de abril é comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson. A condição atinge aproximadamente quatro milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O número representa 1% da população mundial a partir dos 65 anos e, só no Brasil, há 200 mil pessoas que sofrem com a enfermidade.

Ela ocorre por causa da degeneração das células situadas em uma região do cérebro chamada substância negra. Essas células produzem a substância dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos, provocando tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita.

Uma pesquisa publicada em outubro de 2022, na revista Gait & Posture, mostrou que algoritmos de aprendizado de máquina podem auxiliar na identificação dos casos de Parkinson por meio da análise de parâmetros espaço-temporais do andar da pessoa. Cientistas do Laboratório de Pesquisa do Movimento Humano (Movi-Lab), sediado no campus de Bauru da Unesp (Universidade Estadual Paulista), usaram inteligência artificial para ajudar no diagnóstico e na identificação do estágio da doença.

Para Lucas Cruz, neurologista do Hospital Anchieta (Distrito Federal), do grupo Kora Saúde, tais tecnologias podem ser usadas futuramente para diagnóstico precoce e auxílio em pesquisas de novos tratamentos. “A doença de Parkinson afeta milhões de brasileiros e gera muitas dificuldades para os pacientes. O sinal principal é chamado de bradicinesia, que significa lentidão para realização de movimentos. Outras características que acompanham a doença são o tremor em repouso, a rigidez e a instabilidade postural”, detalha o neurologista.

 

Tratamento

O médico explica que, mesmo ainda não tendo cura e por ser uma doença que provoca a falta do neurotransmissor da dopamina, o uso de medicação é a forma mais utilizada para o controle dos sintomas. Segundo ele, o uso de medicação pode controlar os sintomas por vários anos. “O tratamento envolve medicamentos que aumentam a quantidade da substância nas transmissões entre os neurônios. Em casos específicos, também há a cirurgia com implante de eletrodo profundo que estimula determinadas regiões do cérebro”, detalha o neurologista.

Já o fisioterapeuta Hidemi Kishimoto, da Fisio Anchieta, explica que a fisioterapia também tem um papel fundamental no tratamento dos pacientes, pois busca diminuir a disfunção física e permitir ao indivíduo realizar atividades do dia a dia com a maior eficiência e independência possível. “De forma geral, a fisioterapia irá atuar fortemente nos movimentos e na mobilidade do paciente, com objetivo de recuperar ou manter sua capacidade física e funcional. Atuamos também para prevenir quedas e complicações que podem ser geradas pelo imobilismo, já que esses pacientes têm uma tendência ao isolamento social e inatividade”, pontua o fisioterapeuta.

 

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