Inflação menor obriga governo a cortar R$ 4,4 bi do Orçamento de 2024

A inflação oficial do país, medida IBGE, fechou o ano em 4,62%, abaixo das previsões do governo

 

O Ministério do Planejamento e Orçamento informou nesta quinta-feira (11) que o resultado da inflação em 2023, com alta de 4,62%, ficou abaixo do estimado pela equipe econômica na proposta de orçamento deste ano, que previa uma alta de 4,85%. O dado da inflação oficial, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta, embora seja um alívio para o consumidor, pode virar uma dor de cabeça para o governo,.

De acordo com o Ministério, isso significa que o limite de despesas do governo neste ano ficará R$ 4,4 bilhões menor que o estabelecido na proposta orçamentária de 2024, o que pode obrigar o governo a cortar esse valor para cumprir as regras do arcabouço fiscal. O novo arcabouço fiscal estabelece que as despesas crescerão pela inflação em 12 meses até junho do último ano — que somou 3,16% — além de um ganho real baseado na receita.

O arcabouço também permite, porém, que esse limite seja maior em 2024 considerando a inflação fechada. Para calcular o limite para gastos efetivo de 2024, e evitar que os ministérios tivessem menos recursos alocados na proposta de orçamento, o governo estimou a inflação de 2023 seria de 4,85%.

Isso levaria a um aumento extra de despesas de R$ 32,4 bilhões. Como o IPCA do ano, divulgado hoje, ficou em 4,62%, o limite para gastos também será menor (R$ 28 bilhões). O resultado dessa diferença é R$ 4,4 bilhões. O governo vai decidir apenas em março se vai ser necessário fazer esse corte ou não. Isso porque, se outras despesas vierem abaixo do estimado, o bloqueio de recursos poderá ser menor, ou até mesmo desnecessário.

“Se o governo vai cortar ou bloquear vai depender da execução do orçamento ao longo do ano. Defende de como vai se comportar a arrecadação, concessões e privatizações. Se ele bloqueia no primeiro momento e não muda a realidade espera em termos de receita, aí o governo vai precisar cortar as despesas em algumas áreas”, analisa Alex Agostini, economista-chefe – Austin Rating.

(Foto: Ministério da Fazenda/Divulgação)

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