Inflação enfraquece, muda de perfil e alimenta expectativas por corte de juros

Os dados da inflação de março no Brasil, divulgados na sexta-feira, 14, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), injetaram uma dose de otimismo nas expectativas de economistas e investidores.

A bolsa de valores engatou uma sequência de altas fortes, enquanto o dólar despencou para menos de R$ 5 pela primeira vez em dez meses.

Por trás da euforia, está uma inflação que veio mais fraca que o esperado, teve uma forte desaceleração e também começa aos poucos a mudar de perfil, com quedas de preços mais espalhadas entre as centenas de itens que são consumidos pelos brasileiros e monitorados pelo IBGE para calcular a inflação oficial do País.

Esses fatores, de acordo com economistas, podem ainda não ser o suficiente, por ora, para que o Banco Central mude já a sua postura em relação à Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.

Mas certamente deixam uma nova janela aberta para que o BC possa cortar os juros mais cedo do que o imaginado até aqui. “A composição melhor desmitificou um pouco a impressão de que a inflação estava muito rígida”, diz a economista Andrea Angelo.

“Claro que o BC tem que continuar cauteloso, não vai ser só pelo resultado de um mês que ele vai mexer na inflação como um todo. Mas há uma parte grande dos economistas esperando os primeiros cortes [da Selic] só no final do ano. Esses podem olhar para essa composição melhor da inflação agora e pensar – ‘talvez eu esteja errado, talvez os cortes possam acontecer antes disso’.”

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação do País, variou 0,7% em março e, em 12 meses, acumulou 4,6%. Foi uma redução forte ante o mês anterior, quando acumulava 5,6%, e o menor resultado desde janeiro de 2021, quando os choques de preços causados pela pandemia no mundo ainda começavam a mostrar seus efeitos.

Foi também a primeira vez nesses dois anos que o IPCA voltou a ficar abaixo do teto da meta de inflação que deveria ser entregue pelo BC, que tem o limite máximo de tolerância de 4,75% em 2023.  (Foto: Reprodução)

 

Fonte: Monitor do Mercado 

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