Comportamento é comum no período, lembra o IBGE. Inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,50%. Alimentos sobem menos, enquanto combustíveis têm alta em fevereiro
Com pressão das despesas escolares, típicas do período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 0,83% em fevereiro, bem acima de janeiro (0,42%), mas ligeiramente abaixo de igual mês de 2023 (0,84%). Com isso, o indicador oficial da inflação no país soma 1,25% neste ano. E o IPCA acumulado permanece estável, atingindo agora 4,50% em 12 meses – estava em 4,51%. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (12) pelo IBGE.
“Esse resultado se deve aos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida. As maiores altas nos preços vieram do ensino médio (8,51%), do ensino fundamental (8,24%), da pré-escola (8,05%) e da creche (6,03%). Também houve aumento na inflação do curso técnico (6,14%), ensino superior (3,81%) e pós-graduação (2,76%).
Dessa forma, apenas o grupo Educação, com alta de 4,98% no mês passado, representou impacto de 0,29 ponto percentual (p.p.)na taxa geral. Além de Educação, outros grupos também tiveram altas em destaque, como Alimentação e bebidas, que aumentou 0,95%, impactando em 0,20 p.p. o IPCA do mês. Na alimentação no domicílio, a alta foi de 1,12%, com influência dos aumentos de preços da cebola (7,37%), da batata-inglesa (6,79%), das frutas (3,74%), do arroz (3,69%) e do leite longa vida (3,49%).
“Neste caso, houve influência do clima, por conta de temperaturas mais elevadas e um maior volume de chuvas”, justifica André. Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,49%, acelerando em relação ao mês de janeiro, quando registrou inflação de 0,25%. O subitem refeição foi outro cujos preços aceleraram: 0,67% em fevereiro contra 0,17% em janeiro. Já o lanche fechou em 0,25%, desacelerando em relação ao mês anterior (0,32%).
Contribuíram para o resultado os aumentos de produtos como cebola (7,37%), batata inglesa (6,79%), frutas (3,74%), arroz (3,69%) e leite longa vida (3,49%). Por outro lado, a alimentação fora do domicílio foi de 0,25%, no mês anterior, para 0,49%. Isso porque a refeição teve variação superior – de 0,17% para 0,67%. O lanche aumentou 0,25%, desacelerando.
Em Transportes (alta de 0,72%), o IBGE apurou aumentos em todos os combustíveis: etanol (4,52%), gasolina (2,93%), gás veicular (0,22%) e óleo diesel (0,14%). Já o táxi teve alta (0,64%), com reajustes no Rio de Janeiro, Salvador e em Belo Horizonte. Em contrapartida, os preços das passagens aéreas caíram: -10,71%, com impacto de -0,09 ponto.
Ainda nesse grupo, o custo do ônibus urbano aumentou 1,91%, depois de reajustes aplicados em Vitória e Rio Branco. Em São Paulo, segundo o IBGE, “houve incorporação residual do reajuste de 13,64% nas tarifas de trem (0,81%) e metrô (0,81%) a partir de 1º de janeiro”, fazendo subir a integração do transporte público. No Rio de Janeiro, a tarifa de trem caiu.
Já no grupo Habitação (0,27%), a taxa de água e esgoto subiu 0,11%, após reajustes em São Luís, Belo Horizonte e Campo Grande. Por sua vez, o gás encanado teve queda de 1,40%, com redução no Rio e em Curitiba. A alta de 1,56% no grupo Comunicação teve influências dos aumentos de TV por assinatura e do combo telefone, internet e TV por assinatura.
Entre as regiões pesquisadas, o IPCA variou de 0,26% (Rio Branco) a 1,09% (Aracaju). Em 12 meses, vai de 3,21% (São Luís) a 5,35% (Belo Horizonte). Na Grande São Paulo, atinge 4,52%.
INPC soma 3,86%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,81%, acima de janeiro (0,57%) e de fevereiro do ano passado (0,77%). Agora, soma 1,38% no ano e 3,86% em 12 meses. Segundo o IBGE, os produtos alimentícios foram de 1,51%, em janeiro, para 0,95%. E os não alimentícios, de 0,27% para 0,77%.
(Foto: Júlio César Costa/g1)