Com a utilização de elementos culturais tradicionais, como as pinturas corporais características das comunidades indígenas, os integrantes da 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL) caminharam aproximadamente 4 quilômetros entre o antigo Complexo Funarte, localizado no Eixo Monumental, cantando músicas e gritando reivindicações para exigir que as autoridades cumpram com os seus direitos.
“Estamos aqui para reivindicar nossos direitos, não porque desejamos receber algo sem custo. A razão é que, se não tomarmos essa iniciativa, ninguém fará isso por nós“, comentou à Agência Brasil Netuno Borum, que se deslocou de São Paulo para Brasília acompanhado por mais 360 indígenas. Esse grupo foi organizado pela Articulação dos Povos Indígenas (Apib) para representar a Região Sudeste, de onde muitos outros indígenas se juntaram espontaneamente.
“Pedido para que respeitem nossos direitos e admitam todas as injustiças cometidas contra nossos povos, incluindo o massacre indígena“, afirmou Netuno, enquanto andava junto de seus filhos, Potyra e Kretã Borum. “Eles sempre estiveram conosco nas mobilizações indígenas desde o nascimento. Não consigo prever o desfecho da nossa batalha, mas estamos nos esforçando ao máximo para que as futuras gerações tenham uma vida melhor, conquistando os direitos que continuam a nos ser negados.”
A maior mobilização indígena do Brasil, o Acampamento Terra Livre, teve início na segunda-feira (7) e se encerrará na sexta-feira (11). A Apib projeta a participação de 6 mil a 8 mil indígenas representando pelo menos 135 etnias de diversas regiões do país, além de contar com o apoio de defensores dos direitos indígenas e ativistas. Com o slogan “Apib Somos Todos Nós: Nosso Futuro Não Está à Venda“, o evento conta com uma rica programação que inclui debates, manifestações e atividades culturais. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)