Índice que reajusta os aluguéis cai 3,18% em 2023 e é o menor já registrado

IGP-M, da FGV, chegou a 0,74% em dezembro. Maiores contribuições para a deflação foram do milho (-30,02%), da soja (-21,92%) e do óleo diesel (-16,57%)

 

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas (FGV), fechou o ano com queda de 3,18%. Com isso, 2023 foi o ano com o menor IGP-M da série histórica. Em dezembro o índice ficou em 0,74%. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (28). O IGP-M é calculado com base em três grupos de preços – para o produtor, para o consumidor e para a construção civil — e é conhecido como a inflação do aluguel.

“Em 2023, o IGP-M registrou queda de 3,18%. Considerando o período de janeiro a dezembro, esta foi a menor taxa registrada pelo índice desde o início de sua série histórica. O IPA, índice que exerce a maior influência sobre o IGP-M, também registrou a menor taxa de variação de sua série histórica para os doze meses findos em dezembro, -5,60%”, explicou André Braz, coordenador dos Índices de Preços.

Nesse grupo, as maiores contribuições para a deflação foram do milho (-30,02%), da soja (-21,92%) e do óleo diesel (-16,57%).  Por outro lado, no caso do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) 2023, houve alta de 3,4%. As maiores influências partiram dos itens gasolina (11,08%), plano de saúde (10,36%) e aluguel residencial (7,15%).

Seis das oito classes de despesa que compõem o índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação, que passou de 2,05% para 0,65%. O maior impacto veio das passagens aéreas, que subiram 3,10%, ante 11,44%, na edição anterior. Segundo a pesquisa, também apresentaram recuo em suas taxas de variação os grupos: Saúde e Cuidados Pessoais (0,29% para -0,32%), Despesas Diversas (1,29% para 0,07%), Comunicação (-0,05% para -0,39%), Alimentação (0,58% para 0,55%) e Vestuário (0,09% para 0,00%).

IPA

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), índice que exerce a maior influência sobre o IGP-M, também registrou a menor taxa de variação de sua série histórica para os doze meses findos em dezembro, -5,60%.  O IPA registrou um aumento de 0,97% em dezembro, superior a alta ocorrida em novembro, de 0,71%. Nos estágios de processamento, nota-se que a taxa do grupo de Bens Finais apresentou uma alta de 0,86% em dezembro, em contraste com a queda de 0,14% no mês anterior.

O principal fator que contribuiu para esse resultado foi o subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de -1,65% para 6,20% no mesmo período. O índice referente a Bens Finais (ex) (excluindo os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para o consumo) variou 0,45% em dezembro, ante 0,29% no mês anterior. A taxa do grupo Bens Intermediários apresentou uma queda de 0,74% em dezembro, marcando uma desaceleração em comparação a variação de 1,23% registrada no mês anterior.

O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 3,90% para -2,77%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) caiu 0,34% em dezembro, após alta de 0,71% observada em novembro.

O estágio das Matérias-Primas Brutas registrou um aumento de 3,06% em dezembro, muito superior a alta de 0,97% que havia sido observada em novembro. Os principais contribuintes para a aceleração na taxa do grupo foram os seguintes itens: minério de ferro (1,14% para 4,63%), milho em grão (0,87% para 11,30%) e soja em grão (-0,01% para 2,03%). Por outro lado, alguns itens apresentaram um movimento oposto, destacando-se: mandioca/aipim (8,29% para 1,00%), bovinos (2,03% para 1,17%) e laranja (9,35% para 7,34%).

IPC

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,14% em dezembro, após subir 0,42% em novembro. Seis das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação passou de 2,05% para 0,65%. Nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item passagem aérea, cujo preço subiu 3,10%, ante 11,44%, na edição anterior.

Também apresentaram recuo em suas taxas de variação os grupos: Saúde e Cuidados Pessoais (0,29% para -0,32%), Despesas Diversas (1,29% para 0,07%), Comunicação (-0,05% para -0,39%), Alimentação (0,58% para 0,55%) e Vestuário (0,09% para 0,00%). Vale destacar o comportamento dos seguintes itens dentro dessas classes de despesa: perfume (-1,28% para -8,00%), serviços bancários (2,19% para 0,15%), tarifa de telefone residencial (-0,29% para -2,46%), hortaliças e legumes (7,58% para 2,65%) e relógios e bijuterias (0,99% para -0,55%).

Em contrapartida, os grupos Transportes (-0,25% para -0,15%) e Habitação (0,20% para 0,23%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: gasolina (-1,83% para -1,08%) e aluguel residencial (-0,19% para 0,51%).

INCC

Em dezembro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou uma variação de 0,26%. Isso representa um avanço em comparação com a taxa de 0,10% registrada em novembro. Os três grupos que compõem o INCC tiveram as seguintes variações na transição de novembro para dezembro: Materiais e Equipamentos (-0,17% para 0,30%), Serviços (0,39% para 0,09%) e Mão de Obra (0,42% para 0,23%).

(Foto: GettyImages)

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