Suspeito de organizar e incentivar atos antidemocráticos, o radialista capixaba Maxcione Pitangui de Abreu, foragido desde dezembro de 2022 após ter a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, fez um pedido de refúgio no Paraguai no início de julho e obteve um documento que autoriza sua permanência provisória no país.
A Polícia Federal do Espírito Santo confirmou, nesta sexta-feira, a veracidade do documento, compartilhado por Max Pitangui e seu advogado nas redes sociais na última semana. No dia 15 de dezembro, ele e outros três capixabas foram alvos de uma operação da PF por organizarem e incentivarem atos antidemocráticos no pós-eleição. Desde então, ele se encontra foragido.
Na ocasião, mandados de prisão também foram expedidos contra o vereador de Vitória Armandinho Fontoura, na época no Podemos, o jornalista Jackson Rangel e o pastor Fabiano Oliveira. Pelas redes sociais, Pitangui teria feito campanha contra o processo eleitoral e a favor de um golpe militar. O radialista também fez ataques ao Ministério Público do Espírito Santo, órgão responsável por fazer o pedido de prisão ao Supremo Tribunal Federal.
Em 2022, Max Pitangui foi candidato a deputado estadual no Espírito Santo pelo PTB, mas não se elegeu.
“O primeiro capixaba asilado político”, escreveu Marcelo Brasileiro, que se identifica como advogado de Max Pitangui, ao compartilhar uma cópia do documento de pedido de asilo em seu perfil no Facebook. De acordo com a postagem, o documento foi assinado em Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com o município brasileiro de Ponta Porã (MS).
O documento obtido por Pitangui tem validade de 90 dias, tempo no qual o pedido de refúgio será avaliado pela Comissão Nacional de Apátridas e Refugiados (Conare) do Paraguai. Nesse período, ele tem autorização de permanecer no país, além de poder desempenhar atividades remuneradas e ter acesso garantido a serviços básicos de saúde e educação.
Procurado, o Ministério da Justiça, o órgão responsável por um eventual pedido de extradição, disse que “não comenta casos específicos”. O Ministério Público do Espírito Santo afirmou que, no momento, o caso cabe ao Supremo Tribunal Federal. O STF, por sua vez, disse não ter informações. (Foto: Redes Sociais)