Impacto da mudança climática no PIB global é 6 vezes pior que o esperado, revela estudo

Novo relatório indica que, para cada 1ºC de aumento na temperatura da Terra, a economia mundial despencará em 12%, comparado aos “danos de uma guerra”

 

Estudo do National Bureau of Economic Research (NBER) publicado em maio deste ano revela que os danos econômicos das mudanças climáticas são seis vezes maiores do que se pensava anteriormente. À frente do estudo, , ainda não revisado por pares, os pesquisadores Adrien Bilal e Diego Känzig concluíram que, para cada 1ºC de aumento na temperatura da Terra, o Produto Interno Bruto (PIB) global despencará em 12%.

A elevação de 3ºC, prevista para até 2100 caso nada seja feito, levará a “quedas abruptas na produção, no capital e no consumo que excederão 50% até 2100”, diz a pesquisa, o que seria “comparável aos danos econômicos causados ​​por uma guerra permanente”. O documento atentou, ainda, que todos os países enfrentarão prejuízos uniformemente, não apenas nações mais pobres. “É como viver uma recessão duas vezes pior que a Grande Depressão de 1929, para sempre”, disse Adrien Bilal.

O planeta já aqueceu 1,1°C desde o século 19, e o impacto econômico é muito mais grave do que se estimava. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) alertou que há uma alta probabilidade de a temperatura global ultrapassar 1,5°C até 2040. Estudos anteriores indicavam que um aumento de 1°C resultaria em uma redução de 1 a 3% no PIB global a médio prazo, mas o novo estudo considera variações na temperatura média global e seu impacto em ondas de calor, tempestades e inundações, afetando colheitas, produtividade e investimentos.

O impacto será mais severo em regiões quentes como sudeste asiático e África subsaariana, com a América Latina também sofrendo significativamente. Mesmo com cortes drásticos nas emissões de gases de efeito estufa, os objetivos do Acordo de Paris, que visam limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, preveem uma queda de 15% no PIB global. Para cada aumento de 0,5°C, a frequência de eventos climáticos extremos, como secas e chuvas torrenciais, aumentará significativamente.

(Foto: Reprodução)

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