Belém – Compartilhar conhecimento para salvar vidas. Esse foi o principal objetivo da primeira ação do projeto Samu na Praça realizada na manhã desta quinta-feira, 14, na ilha de Cotijuba, pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).
O projeto faz a simulação de acidentes de diversos tipos para proporcionar treinamento a profissionais de saúde e à própria população.
Um dos motivos da ilha ter sido escolhida para receber a atividade piloto do projeto foi ter vivenciado, em setembro do ano passado, o naufrágio da lancha Dona Lourdes II. “A ajuda da população e dos profissionais de saúde daqui foi fundamental para salvar muitas vidas daquele naufrágio. Com o treinamento estarão bem melhor preparados para socorrer vítimas de naufrágios e outros acidentes, até que o serviço especializado chegue”, enfatiza a instrutora do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do Samu, Mariana Sales.
Treinamento e informação
A coordenadora do NEP, Yara Guedes, explica que o treinamento é fundamental para os profissionais de saúde que atuam na ilha para que estejam prontos para atender vítimas de acidentes e desastres com múltiplas vítimas. “Esse atendimento não é geralmente o perfil desses profissionais, pois atuam mais no serviço de atenção básica. Mas eles precisam também estar preparados para fazer o primeiro atendimento até a chegada da equipe do Samu”, enfatiza a coordenadora.
Além do treinamento, a ação leva à população informações sobre o funcionamento do Samu, esclarecendo em quais situações o serviço de urgência deve ser solicitado. Yara ressalta que, muitas vezes, as pessoas confundem o papel do Samu e acabam solicitando o serviço para situações que não são de urgência.
Simulações
Durante o treinamento, foram feitas simulações das principais ocorrências registradas na ilha, como afogamento, acidente de moto, casos de hipertensão e diabetes, atendimento de urgência a gestantes e traumas em geral. Participantes dos cursos realizados pelo Samu atuaram como atores nas cenas, que utilizaram bastante realismo nas simulações com maquiagem e situação de desespero e pânico.
Participaram do treinamento, pessoas da comunidade, técnicos de enfermagem, enfermeiros, Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s), equipes da Unidade Básica de Saúde (UBS) local e até os profissionais do Samu que atuam na ilha, atendida por ambulância e ambulancha.
“É um aprendizado e uma experiência incrível. São profissionais muito bem preparados que passam os ensinamentos para nós e outras pessoas que podem salvar vidas”, avalia o técnico em enfermagem, Emerson Satywar.
Conhecimento compartilhado
A coordenadora do Departamento de Urgência e Emergência (Deue) da Sesma, Fernanda Duarte, destaca que o compartilhamento do conhecimento é essencial em todas as áreas, principalmente na saúde. “A gente quer trazer uma urgência e emergência inclusiva, não apenas para especialistas. Queremos que todos os profissionais da saúde aprendam a salvar vidas. Para isso, o conhecimento tem que ser compartilhado. A cada vez que a gente ensina, a gente aprende. Essa é a prática de um governo democrático como o nosso”, afirma Fernanda.
O secretário municipal de saúde, Pedro Anaisse, participou da abertura das atividades em Cotijuba, destacando a importância da atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele ressalta, que o governo federal está resgatando o financiamento da atenção primária e Belém é uma das três cidades escolhidas como piloto para essa ampliação. Anaisse informa que a capital tem hoje 123 Equipes de Saúde da Família e chegará a 348 no primeiro trimestre de 2024.
“Os profissionais estão sendo contratados e a partir do primeiro trimestre do ano que vem estaremos implantando essas equipes, reorganizando a rede e invertendo o modelo assistencial tendo a atenção primária como condutora”, frisa o secretário. (Texto/Foto Jeniffer Galvão)