A população ocupada registrou recorde da série histórica iniciada em 2012, com 101,8 milhões de brasileiros em atividade econômica
A taxa de desemprego do Brasil recuou a 6,9% no trimestre encerrado em junho, o segundo deste ano, conforme os dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado segue a linha esperada pelos analistas e retorna ao menor patamar da série histórica para o intervalo de abril a junho, que também foi registrado dez anos atrás, em 2014 (6,9%).
A população ocupada atingiu novo recorde, chegando a 101,8 milhões. O número de pessoas desocupadas caiu para 7,5 milhões de pessoas, o menor desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015. O rendimento médio foi de R$ 3.214, com alta de 1,8% no trimestre e de 5,8% na comparação anual. Em maio, a taxa de desemprego estava em 7,1%.
O fortalecimento do mercado de trabalho e o aumento da renda tendem a impulsionar ainda mais o consumo, pressionando a inflação. Hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir a nova Selic, que está em 10,5% ao ano. Expectativa é que a taxa seja mantida no mesmo patamar. Mas o Copom vai estar de olho em como a melhora no mercado de trabalho pode influenciar o índice de preços.
O total de trabalhadores do país cresceu 1,6% (mais 1,6 milhão de pessoas) no trimestre e 3% (mais 2,9 milhões de pessoas) na comparação anual. Houve novo recorde de trabalhadores com carteira (38,4 milhões) e sem carteira (13,797 milhões). Também houve expansão de vagas do setor público.
“Observa-se a manutenção de resultados positivos e sucessivos. Esses recordes de população ocupada não foram impulsionados apenas nesse trimestre, mas são consequência do efeito cumulativo de uma melhoria do mercado de trabalho em geral nos últimos trimestres” destaca a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy.
O número de trabalhadores por conta própria ficou estável, assim como o número de trabalhadores domésticos. A renda média real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.214. Como consequência, a massa de rendimentos chegou a R$ 322,6 bilhões, novo recorde da série histórica.
Pnad x Caged
A Pnad traz informações sobre trabalhadores formais e informais. A pesquisa é divulgada mensalmente, mas traz informações do trimestre. A coleta de dados é feita em regiões metropolitanas do país. Outra pesquisa é a do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Esta só traz informações sobre trabalho com carteira assinada, com base no que as empresas informam ao ministério.
Divulgado nesta terça-feira, o Caged apontou que o mercado formal de trabalho registrou uma abertura de 1,3 milhão de empregos no primeiro semestre deste ano, o saldo positivo entre admissões e demissões.
(Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo)