Taxa de desocupação registrada nos três primeiros meses do ano foi de 7,9%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua)
O nível de desemprego no Brasil recuou em 21 estados e no Distrito Federal durante o primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse movimento fez com que a taxa de desocupação encerrasse os três primeiros meses do ano em 7,9%, menor patamar para o período dos últimos dez anos.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os estados que apresentaram redução no desemprego foram o Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás e o Distrito Federal.
A desocupação aumentou em Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Em Santa Catarina, a taxa de desemprego permaneceu estável em 3,8%, indicando uma situação de pleno emprego. Rondônia e Mato Grosso também estão entre os estados com menores níveis de desocupação, registrando taxas de 3,7%.
Na comparação com o quarto trimestre de 2023, a taxa de desocupação no país aumentou 0,5 ponto percentual (p.p.). O crescimento foi acompanhado por oito Unidades da Federação (UF). “Isso mostra que na comparação de curto prazo, há influência dos padrões sazonais. Mas a trajetória de queda anual, que já vem sendo observadas em outros trimestres, se manteve”, analisa Adriana Beringuy, Coordenadora de Pesquisas por Amostras de Domicílios do IBGE. “O crescimento da taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2024 na comparação trimestral não invalidou a maioria dos indicadores do mercado do trabalho na comparação anual”, complementa a pesquisadora.
Rendimento médio
No primeiro trimestre de 2024, o rendimento médio habitual no país foi estimado em R$ 3.123, crescendo tanto em relação ao 4º trimestre de 2023 (R$ 3.077) quanto relação ao 1º tri de 2023 (R$ 3.004). Na comparação trimestral, apenas a região Sul (R$ 3.401) apresentou crescimento, enquanto as demais tiveram estabilidade. Já em relação ao mesmo tri do ano anterior, o rendimento cresceu no Norte, Sudeste e Sul, com as demais em estabilidade.
A massa de rendimento médio mensal real de todos os trabalhos habitualmente recebido foi de R$ 308,3 bilhões, estável ante o trimestre anterior (R$ 306,2 bilhões) e maior do que no 1º trimestre de 2023 (R$ 289,1 bilhões). Todas as grandes regiões tiveram aumento da massa de rendimento em ambas as comparações.
No primeiro trimestre de 2024, todas as faixas de tempo de procura por trabalho mostraram reduções. Entre as pessoas que procuravam trabalho por dois anos ou mais, o contingente caiu 14,5% frente ao primeiro trimestre de 2023, indo de 2,2 milhões para 1,9 milhões. No entanto, em relação ao início da série histórica, no primeiro trimestre de 2012, esse total de pessoas buscando trabalho por dois anos ou mais era de 1,7 milhões, ou seja, um crescimento de 8,9% em 12 anos.
Mulheres, pretos, pardos e pessoas com ensino médio incompleto lideram o desemprego
A pesquisa ainda aponta que as taxas de desocupação seguem maiores para mulheres, pessoas pretas e pardas e aquelas com o ensino médio incompleto. Todos esses grupos ficaram acima da média nacional (7,9%). No primeiro trimestre, essa taxa foi estimada em 6,5% para os homens e 9,8% para as mulheres.
Quando analisada a taxa de desocupação por cor ou raça, a dos que se declararam brancos (6,2%) aparece abaixo da média nacional, enquanto a dos pretos (9,7%) e a dos pardos (9,1%) ficaram acima. Já na análise por nível de instrução, a taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto era de 13,9%. Para os que tinham superior incompleto, a taxa foi de 8,9%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (4,1%).
(Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)