Honduras anuncia construção de prisão com capacidade para 20 mil detentos

As autoridades de Honduras anunciaram nessa sexta-feira (14) uma série de medidas destinadas a reduzir o crime organizado, incluindo a construção de uma nova prisão, julgamentos coletivos e designações terroristas para membros de gangues.

A presidente Xiomara Castro disse, em um discurso televisivo, que as forças de segurança deveriam ser mobilizadas para “executar urgentemente intervenções em partes do país com a maior incidência de crimes de gangues, como assassinatos de aluguel, tráfico de drogas e armas de fogo, extorsão, sequestro e lavagem de dinheiro.”

As medidas refletem os julgamentos em massa e a “mega-prisão” lançada pelo presidente Nayib Bukele no vizinho El Salvador, medidas que atraíram a ira de grupos de direitos humanos que alegam abusos, mas que reduziram as taxas de homicídios no país e lhe valeram uma popularidade generalizada.

Os líderes do governo hondurenho anunciaram planos para construir imediatamente uma prisão para deter cerca de 20 mil pessoas na área escassamente povoada entre os departamentos orientais de Olancha e Gracias a Dios. Isto expandiria enormemente a atual capacidade prisional do país, que mantém cerca de 20.000 reclusos em 25 prisões em condições de sobrelotação.

As autoridades também disseram que o Congresso hondurenho deve reformar o código penal para que os traficantes de droga e os membros de gangues criminosas que cometem crimes específicos, sejam designados como “terroristas” e enfrentem julgamentos coletivos.

Hector Gustavo Sanchez, que chefia a força policial nacional, disse que uma lista de “autores intelectuais, líderes e membros de gangues” estava sendo distribuída e que a prisão imediata dos que constavam da lista estava sendo ordenada.

Também serão lançadas operações para localizar e destruir plantações de cultivo de maconha e folha de coca – o principal ingrediente da cocaína – bem como centros usados ​​para processar drogas ilegais.

Honduras declarou estado de emergência em dezembro de 2022, suspendendo partes da Constituição enquanto tentava reprimir o aumento da criminalidade atribuída a gangues.   (Foto: Agência Brasil)

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